O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que não comparecerá à cúpula do Brics, que acontecerá no Rio de Janeiro na próxima semana. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (25) por Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin.
Segundo Ushakov, a ausência de Putin se deve à falta de clareza por parte do governo brasileiro em relação ao cumprimento do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). “O governo brasileiro não conseguiu se posicionar de forma clara, que permitisse a participação do nosso presidente na reunião”, afirmou.
No início do mês, Lula afirmou que caberia ao presidente da Rússia decidir se vai ou não participar da cúpula. Durante coletiva em Paris, na França, o mandatário afirmou: “Ele é um dos criadores dos Brics. Pode participar ou não. Ele está condenado por um tribunal internacional, sabe que ele corre risco, mas a decisão é dele. Ele está convidado porque é membro nato”.
O líder russo participará do evento por videoconferência e a delegação do país será liderada presencialmente pelo chanceler Sergei Lavrov.
Além de Putin, fontes da imprensa chinesa indicam que o presidente Xi Jinping também poderá faltar ao encontro do Brics no Brasil. O país deve enviar o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, para representá-lo no evento.
O TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin em 2023, acusando-o de crimes de guerra. Como signatário do Estatuto de Roma, o Brasil é obrigado a cumprir as ordens do tribunal. O governo russo não reconhece a legitimidade do tribunal e considera o mandado como “nulo e sem efeito”.
Essa não é a primeira vez que Putin se ausenta de um evento internacional devido à ameaça de prisão. Em 2023, ele já havia faltado à cúpula do Brics na África do Sul, que também é signatária do TPI, e em 2024 não veio ao Brasil para participar da cúpula do G20, que ocorreu no Rio de Janeiro.
