Israel atingiu uma instalação de radar nos arredores de Teerã nesta terça-feira, 24, em resposta ao que classificou como uma “violação” do cessar-fogo por parte do Irã, informou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A ofensiva foi interrompida após um telefonema entre Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo a agência Reuters.
De acordo com fontes oficiais israelenses, a decisão de suspender ataques adicionais foi tomada após a conversa entre os dois líderes. “Israel se absteve de prosseguir com novos bombardeios após o diálogo direto com o presidente Trump”, afirmou o gabinete do premiê em comunicado.
Mais cedo, tanto meios de comunicação iranianos quanto israelenses relataram novas ações militares na região. Segundo a agência Mizan, ligada ao Judiciário do Irã, duas explosões foram ouvidas na capital Teerã. Já a rádio do Exército israelense informou que o alvo foi um radar localizado nas proximidades da cidade.
Os eventos ocorreram pouco depois de Trump afirmar publicamente que havia solicitado a Israel a suspensão das ofensivas como forma de preservar a trégua estabelecida horas antes.
“Todos os aviões darão meia volta e retornarão para casa, enquanto fazem um ‘aceno aéreo’ amigável para o Irã. Ninguém será ferido, o cessar-fogo está em vigor!”, declarou o presidente norte-americano em sua conta na rede social Truth Social.
Ainda na mesma plataforma, Trump se mostrou crítico em relação às ações de ambos os lados, com ênfase na conduta israelense. “Israel, não jogou essas bombas. Se o fizerem, será uma grande violação. Tragam seus pilotos de volta para casa, agora!”, escreveu ele, pouco antes de deixar a Casa Branca rumo a Haia, onde participaria de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Falando a repórteres antes do embarque, Trump declarou que “não estava feliz” com nenhuma das partes e expressou frustração diante da reação de Israel, que teria executado ataques substanciais em resposta ao lançamento de um único míssil iraniano. “Tenho que fazer com que Israel se acalme agora”, afirmou.
Durante sua fala, o presidente norte-americano também comentou sobre o conflito entre os dois países. “O Irã e Israel vieram lutando há tanto tempo e com tanta força que eles não sabem que porra estão fazendo”, disse, encerrando a entrevista antes de seguir viagem.
A imprensa israelense informou que Trump e Netanyahu conversaram por telefone. De acordo com o portal Axios, Netanyahu teria sinalizado disposição para reduzir a escala de uma missão de bombardeio, sem cancelá-la completamente. O gabinete do primeiro-ministro israelense não respondeu imediatamente às solicitações de confirmação da conversa.
No mesmo dia, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou que havia instruído as Forças de Defesa do país a conduzirem novos ataques contra alvos localizados em Teerã. Segundo ele, a ordem foi motivada por lançamentos de mísseis realizados pelo Irã, os quais teriam violado “de forma flagrante” o cessar-fogo acordado anteriormente.
O governo iraniano, por sua vez, negou ter realizado qualquer disparo de mísseis e acusou Israel de continuar seus ataques por cerca de uma hora e meia após o início previsto do cessar-fogo.
As trocas de acusações ocorrem em um momento de instabilidade regional, com pressões internacionais para contenção de hostilidades. Ainda não há informações sobre vítimas ou danos materiais decorrentes do ataque israelense à instalação de radar.
Até o momento, não foram divulgados detalhes adicionais sobre a extensão da ofensiva israelense nem sobre os próximos passos do governo de Teerã diante da ação militar. O impasse entre as duas nações segue sendo monitorado por aliados estratégicos e organizações internacionais.
O episódio reacende tensões em um contexto em que potências globais, incluindo os Estados Unidos, tentam mediar soluções para evitar o colapso de acordos de cessar-fogo recentes. A resposta do Irã e as reações subsequentes de Israel devem definir os rumos da crise nos próximos dias.
