Nesta quarta-feira (24), milhares de iranianos saíram às ruas em Teerã (capital) e várias outras cidades do Irã para celebrar a vitória sobre “Israel”, concretizada com cessar-fogo que entrou em vigor às 7h da manhã deste dia.

Logo no início da manhã, o anúncio foi publicado na televisão iraniana, informando que às 18h (horário local) seria realizada a celebração da vitória na Praça da Revolução Islâmica.

No comunicado, o órgão Conselho de Coordenação da Propaganda Islâmica convidou “todos os cidadãos a demonstrarem seu apoio à operação ‘Boas Novas da Vitória’ e seu firme apoio às forças que defendem a pátria, participando de um comício nacional”, destacando que “nestas circunstâncias críticas, o apoio do povo às forças armadas enviará uma mensagem clara aos inimigos: Somos a nação do Imam Hussein e o Irã sempre será vitorioso”.

Fotos e vídeos divulgados em vários canais de comunicação registraram que o povo iraniano foi, aos milhares, à Praça da Revolução Islâmica. Durante as comemorações em Teerã, foram vistos cartazes com palavras de ordem como “Permaneceremos firmes até o fim, a América é cúmplice de todos os crimes do regime sionista“, “Não à paz imposta, sim à paz duradoura, Labaik ou Khamenei“, conforme noticiado pela agência de notícias iraniana Tasnim.

As massas, também compostas de mulheres, crianças e idosos, também entoavam palavras de ordem como “sem concessões, sem rendição à batalha contra a América“, “morte à América” ​​e “morte a Israel, que mata crianças“. Conforme noticiado por Tasnim, o povo gritava em apoio às Forças Armadas, enfatizando a unidade nacional do país em torno do Líder da Revolução Iraniana. Veja fotos e vídeos da celebração:

Celebrações ocorreram também em outras cidades, a exemplo de Tabriz, norte do país, com milhares de iranianos se reunindo na Praça do Relógio para manifestar apoio à revolução iraniana e à República Islâmica do Irã:

Enquanto “Israel” iniciou a guerra no último dia 13 com os objetivos declarados de acabar com o programa nuclear iraniano, com o estoque de mísseis do país, bem como derrubar o regime surgido da Revolução Iraniana de 1979. A entidade sionista, no entanto, não chegou nem perto de alcançar nenhum desses objetivos, mesmo com o apoio ativo do imperialismo, especialmente do Reino Unido e dos Estados Unidos, este último realizando bombardeios contra instalações nucleares iranianas.

O dia anterior à vitória do Irã

Foi na segunda-feira (23) que Donald Trump, presidente do Estados Unidos, fez publicação em sua página da Truth Social afirmando que um cessar-fogo havia sido alcançado para encerrar a guerra entre Irã e “Israel”. A publicação ocorreu depois de o Irã ter reagido perante a agressão realizada ao país.

Na madrugada de domingo, após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, fazer a propaganda de que ficaria duas semanas pensando sobre um ataque ao Irã, aviões de guerra do imperialismo norte-americano bombardearam três instalações nucleares iranianas: as de Fordow, Isfahan e Natanz.

O ataque fracassou em destruir o programa nuclear do Irã (esta era a propaganda norte-americana), pois as instalações não foram destruídas e, dias antes, seu pessoal e material já havia sido evacuados.

Contudo, danos foram causados e a soberania do Irã foi violada. De imediato, as forças iranianas responderam com novas salvas de mísseis balísticos contra os territórios ocupados por “Israel”, intensificando os ataques anteriores, e novamente destruíndo estruturas, provocando dezenas de baixas, e fazendo milhões de israelenses correrem para os abrigos.

Horas depois, já na segunda-feira, veio a resposta do Irã ao ataque criminoso dos EUA: mísseis balísticos foram lançados contra a base norte-americana de Al-Udeid, instalada no território do Catar. Um míssil balístico atingiu o local, que é a principal base de operações militares dos EUA contra os países e povos da região.

Embora a base já tivesse sido evacuada há dias, e a República Islâmica tivesse informado previamente aos EUA e ao Catar sobre a ação, ela ainda assim foi sem precedentes, mostrando que o Irã não teria dificuldades técnicas em atingir embarcações de guerra norte-americanas na região, bem com as outras bases.

Na noite de segunda, Trump anunciou o cessar-fogo.

Nas horas que se seguiram ao anúncio, “Israel” não confirmou o acordo. Na imprensa iraniana, bem como na imprensa imperialista israelense, as informações eram desencontradas. Em declaração, o ministro das Relações Exteriores do Irã Abbas Araghchi, negou que o país tivesse concordado com um cessar-fogo conforme anunciado por Trump. Contudo, o ministro informou que o Irã pararia as retaliações caso “Israel” parasse com suas agressões.

Nas horas que antecederam o cessar-fogo, “Israel” intensificou suas agressões criminosas contra Teerã, as que teriam sido as mais intensas desde o início da guerra.

Logo após tais agressões, já na madrugada da terça-feira (24), as forças iranianas lançaram novas ondas de mísseis balísticos contra os territórios ocupados. Respondendo à intensificação da agressão sionista, essas novas ações do Irã foram ainda mais intensas que as anteriores. Impactos foram registrados em Telavive (capital “israelense”), mas a cidade mais atingida foi Bersebá, no sul dos territórios ocupados. Veja registros do sucesso da retaliação iraniana:

 

As ações bem sucedidas do Irã resultaram na morte de ao menos 8 sionistas, bem como deixou mais de 30 feridos. Em declaração, Abbas Araghchi afirmou que “nossa operação contra Israel continuou até o último minuto”.

Reconhecendo a derrota de “Israel”, o major-general Yom-Tov Samia, da reserva das forças israelenses de ocupação afirmou a um órgão de imprensa israelense que o Irã assumiu o controle de toda a situação e determinou quando o cessar-fogo começaria. Ele igualmente duvidou das afirmações de que o programa nuclear iraniano teria sido destruído:

“Não há certeza de que o programa nuclear do país possa realmente ser destruído.”

Em declaração sobre a 22ª onda da Operação Odeh Sadeq, isto é, as ações do Irã que precederam o cessar-fogo, o Corpo da Guarda Revolucionária islâmica declarou que ela ensinou 3 lições históricas e memoráveis ​​ao inimigo sionista. Leia na íntegra a declaração:

“Na noite passada, o exército do regime terrorista e criminoso sionista, que havia perdido a esperança na sagrada defesa da heroica nação do Irã e, impotente, havia buscado um cessar-fogo com seus parceiros americanos, martirizou um grupo de compatriotas em um ataque brutal.

Em resposta a esse crime cego, nos últimos minutos antes da entrada em vigor do cessar-fogo imposto ao inimigo, na vigésima segunda onda da Operação Sadeq Promessa 3, a Guarda Revolucionária Islâmica destruiu os centros militares e de apoio do regime sionista, disparando 14 mísseis contra os territórios ocupados, ensinando ao inimigo sionista uma lição histórica e memorável.

Como prometido anteriormente, esses filhos da nação estavam nas forças armadas que impuseram sua vontade ao inimigo sionista e continuam a monitorar seus movimentos com olhos abertos e vigilantes.”

 

As declarações de Trump e a tentativa de “Israel” de violar o cessar-fogo

 

Logo na manhã de terça, “Israel” tentou violar o cessar-fogo, sob o pretexto de que as forças iranianas teriam lançado um míssil balístico contra os territórios ocupados, o que foi negado pelo Irã: “não há evidências oficiais que confirmem que as Forças Armadas Iranianas tenham lançado o míssil recente. Em contraste, o inimigo sionista está caminhando para violar o acordo e será totalmente responsável pelas consequências”, foi declarado na TV estatal iraniana.

O suposto míssil teria sido abatido, mas, Israel Katz, o ministro da Defesa de “Israel” publicou declaração afirmando ter autorizado bombardeios contra o Irã, em aberta violação ao cessar-fogo:

“Instruí as Forças de Defesa de Israel (IDF) a responderem energicamente à violação do cessar-fogo pelo Irã com ataques poderosos contra alvos do regime no coração de Teerã.Em vista da completa violação do cessar-fogo, declarada pelo Presidente dos EUA, pelo Irã e do lançamento de mísseis contra Israel, e em conformidade com a política do governo israelense de responder energicamente a qualquer violação, instruí as Forças de Defesa de Israel, em coordenação com o Primeiro-Ministro, a continuarem a intensa atividade de ataque a Teerã para frustrar alvos do regime e infraestruturas terroristas em Teerã, em continuidade à atividade que ocorreu ontem.”

Autoridades sionistas em “Israel” publicaram declarações insistindo para que as forças de ocupação bombardeassem o Irã. Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de “Israel”, um dos principais políticos a estimular as guerras de “Israel” contra a Palestina, o Líbano e o Irã, declarou: “Teerã vai tremer”.

No mesmo sentido foi a declaração de Avigdor Lieberman, líder do partido de extrema direita Yisrael Beiteinu, parte da coalizão do bloco Likud (partido de Netaniahu):  “três horas e meia depois que o presidente dos EUA anunciou um cessar-fogo, houve disparos do Irã em direção ao norte de Israel. Não devemos hesitar, não devemos recuar, devemos responder imediatamente“.

Logo depois da ordem de bombardear Teerã, em violação ao cessar-fogo, Trump publicou em sua rede a seguinte mensagem. “ISRAEL não vai atacar o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e voltarão para casa, enquanto fazem um amigável ‘Aceno de Avião’ para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor! Agradecemos a sua atenção! DONALD J. TRUMP, PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS”.

A publicação foi mantida em caixa alta, tal qual escrita por Trump, sendo seguida por esta, com o mesmo estilo:

ISRAEL. NÃO LANÇEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA! DONALD J. TRUMP, PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS”.

Logo antes de partir para a cúpula da OTAN, Trump, respondendo a perguntas de jornalistas, comentou sobre a situação, afirmando o seguinte:

Não gostei do que vi ontem, ‘Israel’ despejou [bombas sob Teerã] logo depois de termos firmado o acordo. Eles não precisavam ter descarregado. E eu também não gostei do fato de que a retaliação [do Irã] ter sido muito forte; mas, para ser justo, ‘Israel’ descarregou muito [muitas bombas]. E agora eu ouço que ‘Israel’ partiu [para atacar o Irã], porque eles se sentiram ‘violados’ por um foguete, de que qualquer forma não atingiu [nenhum alvo]. Não é o que queremos, vou te dizer. E também não estou feliz com ‘Israel.’

Depois disto, uma autoridade israelense informou que as forças israelenses de ocupação atacariam apenas um alvo simbolicamente a pedido do presidente Trump, conforme noticiado na imprensa israelense. Logo após, duas explosões foram ouvidas em Chamestan, norte do Irã. Uma unidade de radar localizada em um campo teria sido atingida.

Mais tarde no dia, o genocida Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, e Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ambos afirmaram que o programa nuclear iraniano foi destruído, bem como a capacidade do Irã de criar armas nucleares. A emissora norte-americana CNN, contudo, noticiou:

Os ataques ao Irã não destruíram as instalações nucleares. Os componentes centrais do programa nuclear iraniano permanecem intactos, e espera-se que o programa seja adiado por apenas alguns meses. Autoridades americanas acreditam que o Irã também mantém instalações nucleares secretas que não foram alvos do ataque e continuam operacionais de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.

Semelhante notícia foi publicada no The New York Times que, citando relatório de oficiais de inteligência, afirmou que “grande parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi transferido antes dos ataques, que destruíram pouco do material nuclear. Parte dele pode ter sido transferida para instalações nucleares secretas mantidas pelo Irã”.

Irã: programa nuclear continuará sem interrupções 

Neste mesmo dia, a Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI) informou que, apesar de importantes instalações nucleares terem sido atingidas por ataques aéreos dos EUA e de “Israel”, o programa nuclear iraniano continuará sem interrupções.

Chefe da OEAI, Mohammad Eslami disse na televisão estatal que “os planos para reiniciar [as instalações] foram preparados com antecedência”, acrescentando que todas as medidas necessárias estavam em andamento para garantir a continuidade da produção e dos serviços, conforme noticiado pelo portal de notícias The Cradle.

No mesmo sentido foi a declaração de Behrouz Kamalvandi, porta-voz da organizações, que alertou:

“Eles precisam entender que esta indústria está enraizada em nossa nação. Eles não podem extirpá-la. Dadas as capacidades e o potencial que possuímos, o crescimento desta indústria deve continuar. Ele não será interrompido.”

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Last Update: 25/06/2025