Uma pesquisa sobre a liberdade de expressão em universidades australianas divulgou um relatório inicial que condena abertamente as instituições de ensino. O documento revela que as universidades têm restringido severamente a liberdade acadêmica, a livre manifestação e o direito a protestos relacionados à Palestina. Com base em mais de 150 depoimentos, a pesquisa mostra que as faculdades no país-continente impõem vigilância e medidas disciplinares contra estudantes e professores que apoiam a causa palestina.

O relatório aponta três descobertas preliminares cruciais. As universidades da Austrália: primeiro, limitaram a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica de docentes e estudantes no que diz respeito à questão da Palestina; segundo, perseguiram estudantes e professores que expressam apoio ao país árabe invadido, submetendo-os a vigilância e medidas disciplinares; e terceiro, usaram políticas existentes e criaram novas regras de forma obscura para reprimir e censurar estudantes e professores que demonstram solidariedade à Palestina.

Um grande número de depoimentos foi feito em caráter confidencial, refletindo o “clima de medo generalizado nos campi”, onde há receio de retaliações por falar abertamente sobre a Palestina. O relatório detalhou a suspensão de eventos relacionados à Palestina, como uma exibição do documentário palestino “Sem Chão” na Curtin University, e o cancelamento de uma palestra de Sam Hamdi, organizada pela Associação de Estudantes Muçulmanos da Universidade da Austrália Ocidental. Tais ações parecem motivadas pelo desejo de controlar manifestações legítimas sobre a questão palestina.

A investigação também revelou o uso de gravação de aulas para monitorar docentes universitários e a vigilância de estudantes e clubes estudantis por meio de “tecnologia de rastreamento Wi-Fi”. O relatório mencionou especificamente o depoimento dos Estudantes pela Palestina (SFP) da Universidade de Sydney (USyd), que, através de um pedido de acesso à informação, revelaram um histórico de vigilância quase diária de suas publicações em redes sociais, atualizações diárias no Instagram Stories e até o nível de engajamento dos apoiadores nos comentários. O relatório classificou esses métodos como “táticas de Estado policial” e “orwellianas”, evidenciando a perseguição sionista.

A política repressiva de Acesso ao Campus da USyd foi destacada em vários depoimentos, incluindo o do Conselho Representativo dos Estudantes da USyd (SRC). A senadora Mehreen Faruqi declarou que o relatório “confirma o que muitos estudantes e funcionários já sabem: as universidades pisaram nos valores da liberdade de expressão e da liberdade acadêmica em suas covardes tentativas de suprimir o apoio a uma Palestina livre”. Faruqi complementou

“A liberdade acadêmica não significa nada se não se estende às questões morais mais urgentes de nosso tempo. As universidades que puniram estudantes e funcionários por apoiar a Palestina revelam-se não como espaços de livre investigação, mas como instrumentos de censura política.”

A senadora classificou o relatório como “leitura perturbadora”, que mostra universidades se transformando em “campos de batalha ideológicos onde apenas versões sancionadas pelo Estado são permitidas”.

Nasser Mashni, presidente da Australia Palestine Advocacy Network (APAN), considerou o relatório “angustiante” e “racismo anti-palestino de livro-texto”. Ele afirmou que as “universidades também usaram o antissemitismo como arma e distorceram o conceito de segurança psicossocial para reprimir vozes palestinas e o aprendizado sobre a Palestina, criando deliberadamente um clima de medo no campus para aqueles que se opõem à cumplicidade institucional com o genocídio contínuo de ‘Israel’”.

O relatório preliminar reiterou seu objetivo de “dar voz àqueles cujos pontos de vista foram validados, mas foram sujeitos a supressão em um clima de medo intencionalmente criado pelas administrações universitárias em conjunto com aqueles que justificam as ações de ‘Israel’”. A investigação recebeu depoimentos de professores e alunos de mais de 20 universidades australianas, constatando que as “conclusões desta avaliação preliminar são suficientes para levantar sérias preocupações sobre o estado dos direitos à liberdade de expressão e à liberdade acadêmica”.

Um relatório final, com uma avaliação completa de todos os depoimentos, será divulgado posteriormente. A perseguição aos ativistas pró-Palestina na Austrália faz parte de uma campanha sionista global para calar a oposição aos crimes do país artificial.

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Last Update: 25/06/2025