A manhã desta terça-feira (24/06) foi marcada por mais um capítulo de resistência dos trabalhadores em educação da Rede Municipal de Belo Horizonte. A quarta assembleia geral da greve, realizada na Praça da Estação, reuniu cerca de 2 mil educadores e teve início com atraso de aproximadamente uma hora devido a uma reunião de última hora marcada pelo governo municipal.
Na noite anterior (23/06), a secretária municipal de Educação, Natália Araújo, entrou em contato com o Comando de Greve para agendar uma reunião de negociação antes da assembleia. O encontro aconteceu às 7h30 da manhã desta terça-feira (24), na Secretaria Municipal de Educação (SMED).
Pela prefeitura, participaram a própria Natália Araújo e o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Bruno Passeli. O governo manteve a proposta de reajuste de apenas 2,49%, índice que não repõe sequer as perdas inflacionárias do último período. Reconheceram a existência de perdas inflacionárias acumuladas nas gestões de Kalil e Fuad e disseram que se comprometeriam a recompor essas perdas até o final do mandato de Álvaro Damião (União Brasil), em 2028. No entanto, não reconhecem as perdas anteriores, nem aquelas geradas pela desestruturação da carreira ou as perdas dos aposentados. A proposta do governo também incluiu a convocação de 367 professores para o Ensino Fundamental (1º e 2º ciclos) e a repetição do já anunciado vale-refeição proporcional à jornada. Como condição, o governo pediu a suspensão imediata da greve.
O Comando de Greve levou a proposta para avaliação da assembleia, mas já antecipou que considerava o conteúdo insuficiente e fora da pauta central de reivindicações da categoria. Os representantes dos trabalhadores reforçaram ao governo a necessidade de avaliar seriamente toda a pauta de reivindicações e apresentar uma nova proposta concreta, Uma nova reunião de negociação foi marcada para amanhã (25/06), na na Secretaria de de Planejamento, Orçamento e Gestão (SMPOG).
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Votação unânime e calendário de mobilização
Durante a assembleia, a apresentação da proposta gerou forte revolta entre os presentes. Ao final do informe da comissão de negociação, os trabalhadores reagiram com gritos de “Greve! Greve! Greve!”. Por unanimidade, a continuidade da greve foi aprovada, com a manutenção e ampliação das mobilizações.
Confira o calendário definido pela categoria:
Amanhã (25/06)
9h30: Vigília na porta da SMPOG, durante a reunião de negociação entre governo e Comando de Greve.
13h: Ato público “Damião, cadê a valorização dos servidores aposentados?” durante a abertura da Conferência Municipal da Pessoa Idosa.
Quinta-feira (26/06), às 14h: Nova assembleia geral da categoria, novamente na Praça da Estação.
Após a assembleia desta terça-feira, os trabalhadores seguiram em passeata até a porta da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro da cidade, para deixar um recado direto ao prefeito Álvaro Damião: A greve continua! Só com proposta de valorização salarial as escolas voltarão a funcionar!
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH), filiado à CSP-Conlutas, segue convocando toda a categoria a manter a unidade, fortalecer as ações de mobilização e ampliar a pressão por uma proposta que atenda de fato às reivindicações históricas da educação municipal.