Na série especial de entrevistas com os candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT) no Processo de Eleições Diretas (PED) 2025, o Café PT desta terça-feira (24) recebeu Romênio Pereira (nº 150).
Com mais de quatro décadas de militância e atualmente à frente da Secretaria Nacional de Relações Internacionais do PT, Pereira apresentou uma candidatura voltada para a valorização da militância de base, o fortalecimento da esquerda dentro do governo e a reorganização do partido para enfrentar a extrema direita.
Durante a entrevista, o candidato frisou seu empenho com uma gestão mais próxima da militância, especialmente nos pequenos e médios municípios, e defendeu uma profunda revisão da forma como os recursos do fundo eleitoral são distribuídos internamente.
O primeiro turno das eleições internas do Processo de Eleições Diretas (PED) 2025 ocorre no dia 6 de julho, das 9h às 17h, nos diretórios municipais do PT em todo o país, respeitando o horário de cada região. Brasileiros filiados ao partido que residem no exterior também poderão votar para a chapa nacional e a presidência nacional.
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Fortalecer diálogo com a base
Romênio Pereira destacou que pretende mudar a forma como o PT se relaciona com seus filiados e filiadas em todo o território nacional.
Ele afirma que, ao longo de sua trajetória, percorreu todos os estados e mais de mil municípios brasileiros.
“Eu estive em mais de 1000 municípios nesse país. No meu estado eu visitei mais de 600 cidades. […] Quero aproximar a presidência do PT da militância em todos os municípios do Brasil”.
Segundo ele, o foco precisa estar em regiões historicamente menos ouvidas. “A direção nacional dialoga muito com os grandes municípios. Mas nas eleições da presidenta Dilma e do presidente Lula, o grande eleitorado veio das pequenas e médias cidades. […] Precisamos escutar as ruas, os setoriais, a população negra, as mulheres, a juventude e a população LGBTQIA+”.
Fundo eleitoral
O candidato defende que o uso do fundo eleitoral do partido seja decidido com participação direta das direções estaduais e das bases militantes.
“Eu sou defensor que o Fundo Eleitoral tenha um orçamento participativo. Uma boa parte dos recursos deve ser distribuída entre os 27 estados da federação”.
Romênio Pereira também defende maior investimento nos setoriais do partido.
“Reivindicamos 6% do fundo eleitoral para os setoriais. Sabemos que os jovens, mulheres e a população LGBT que atuam nesses espaços têm muito mais dificuldade para arrecadar”.
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Governo Lula
Durante a entrevista, o candidato avaliou o momento atual do governo Lula e o papel do partido no processo de tomada de decisões.
“Nosso governo ganhou pela esquerda. Nós ganhamos com os movimentos populares, com a sociedade mais pobre. Mas hoje, dois terços do governo estão sob comando do centro e da direita”.
Segundo ele, o partido precisa recuperar seu papel de formulador político e retomar o diálogo com sua base histórica.
Ao falar sobre a presença do partido e do governo nas redes sociais, ele reforçou que é preciso reagir com urgência à ofensiva da extrema direita no campo da comunicação digital.
Ele defende ainda uma estratégia ampla de comunicação, voltada aos pequenos, médios e grandes centros urbanos.
“Precisamos fazer o que a direita faz, de ocupar as redes, disputar corações e mentes e mostrar o que o governo está fazendo”.
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Reeleição de Lula em 2026
Sobre as próximas eleições presidenciais, Romênio Pereira reforçou sua convicção de que o partido deve liderar a reorganização de um campo popular e democrático de esquerda para garantir um novo mandato a Lula.
“O nosso partido disputou nove eleições presidenciais, ganhamos cinco e perdemos quatro. Duas perdemos para a mentira, como em 1989 e 2018”.
Ele afirmou que estará à frente do processo de mobilização da militância. “Eu estarei como presidente nacional do PT organizando a base social, buscando alianças no campo popular para reeleger o presidente Lula”.
Da Redação
