Israel realizou novos bombardeios contra alvos no Irã nesta terça-feira, 24, apesar de um cessar-fogo anunciado horas antes e da declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que havia ordenado a suspensão das operações militares israelenses. A ofensiva, segundo fontes iranianas e israelenses, teve como alvo um sistema de radar nas proximidades de Teerã.
A agência Mizan, vinculada ao Judiciário iraniano, informou que duas explosões foram registradas na capital iraniana. Em paralelo, a rádio do Exército de Israel afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram equipamentos de monitoramento em território iraniano.
O episódio ocorreu minutos após Trump declarar, em sua conta na rede Truth Social, que Israel havia recuado da ofensiva aérea por ordem direta da Casa Branca. “Todos os aviões retornarão para casa, fazendo um amistoso ‘Plane Wave’ ao Irã. Ninguém será ferido, o cessar-fogo está em vigor!”, publicou o presidente norte-americano.
A declaração de Trump foi feita pouco depois de sua saída de Washington com destino à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Haia. Ao embarcar, Trump conversou com jornalistas e demonstrou insatisfação com ambos os lados do conflito. “Irã e Israel estão lutando há tanto tempo e com tanta intensidade que eles já não sabem o que diabos estão fazendo”, afirmou o presidente ao deixar a residência oficial.
Apesar da declaração de trégua, o presidente dos EUA fez críticas diretas a Israel por continuar com as operações aéreas. “Israel. Não solte essas bombas. Se fizer isso, será uma violação grave. Traga seus pilotos de volta, agora!”, escreveu em nova publicação, sinalizando insatisfação com o prosseguimento das ações israelenses.
Segundo o site Axios, Trump manteve uma conversa telefônica com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. De acordo com informações de um jornalista da plataforma, Netanyahu teria dito ao presidente dos EUA que a missão seria reduzida, e não cancelada, como solicitado por Washington. O gabinete do premiê israelense não se manifestou oficialmente até o momento.
Horas antes, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que havia autorizado novos bombardeios contra alvos estratégicos em Teerã. Segundo Katz, os ataques foram uma resposta ao lançamento de mísseis por forças iranianas, o que ele classificou como uma “clara violação” do acordo de cessar-fogo.
O governo iraniano negou qualquer disparo de mísseis e acusou Israel de iniciar os ataques uma hora e meia após o início previsto da trégua. Segundo autoridades de Teerã, os bombardeios ocorreram sem provocação e violaram diretamente os termos do cessar-fogo em negociação.
A escalada ocorre em um momento de forte pressão diplomática sobre ambos os países. O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne em caráter de urgência para avaliar os desdobramentos da situação e discutir a viabilidade de um novo acordo de cessar-fogo mediado por potências internacionais.
Autoridades americanas confirmaram que o presidente Trump expressou “descontentamento significativo” com o comportamento israelense, apesar de também responsabilizar o Irã por contribuir para o colapso da trégua.
Durante a conversa com jornalistas, Trump indicou que o disparo de mísseis do lado iraniano poderia ter sido um erro de cálculo. “Preciso engraçado Israel agora”, disse o presidente em meio ao pronunciamento antes de embarcar em seu helicóptero presidencial.
As novas ações militares colocam em risco os esforços diplomáticos dos últimos dias e ampliam as preocupações internacionais com a estabilidade regional no Oriente Médio.
Analistas internacionais apontam que a resposta israelense, apesar das advertências dos Estados Unidos, pode gerar uma reação em cadeia por parte do Irã, agravando o confronto entre os dois países.
Enquanto isso, a população civil de ambas as nações permanece em alerta diante da possibilidade de novas hostilidades. Autoridades locais em Teerã reforçaram medidas de segurança e iniciaram o deslocamento de equipes de emergência para as áreas atingidas pelas explosões relatadas na madrugada.
Nos bastidores diplomáticos, países europeus pressionam pela retomada de canais de diálogo multilaterais. Fontes próximas ao Palácio do Eliseu, na França, indicam que o presidente Emmanuel Macron tenta intermediar uma conversa direta entre representantes de Israel e Irã com apoio da Alemanha e do Reino Unido.
O Departamento de Estado dos EUA ainda não divulgou um posicionamento oficial sobre a continuidade dos ataques israelenses após o anúncio de cessar-fogo. No entanto, integrantes do alto escalão da administração Trump vêm manifestando preocupação com os riscos políticos e estratégicos da escalada militar, especialmente diante da proximidade das eleições norte-americanas.
A expectativa agora recai sobre a posição que Israel adotará nas próximas horas e sobre eventuais retaliações por parte do Irã. Até o momento, nenhuma autoridade israelense confirmou o fim das operações, nem há indicações públicas de que um novo acordo esteja sendo negociado.
O cenário segue instável, com tensão crescente na região e incertezas quanto à capacidade de contenção por parte dos principais atores internacionais envolvidos no conflito.