Segundo agências internacionais, Israel continua desobedecendo ordens de cessar fogo que o presidente dos EUA, Donald Trump, deu a Netanyahu para que interrompesse os ataques ao Irã.

Explosões foram ouvidas em Teerã nesta terça-feira (24) após ataques israelenses, apesar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que ordenou a Israel cancelar os bombardeios para preservar um cessar-fogo que havia sido firmado poucas horas antes. Duas testemunhas na capital iraniana confirmaram ter escutado duas grandes explosões.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que Israel atacou um radar próximo a Teerã como retaliação ao lançamento de mísseis iranianos, que teriam ocorrido três horas e meia depois do início oficial do cessar-fogo. Entretanto, o governo israelense não esclareceu se o ataque ao radar ocorreu antes ou depois da conversa telefônica entre Netanyahu e Trump.

O mercado financeiro reagiu positivamente à possibilidade de fim do maior confronto já registrado entre Irã e Israel, com queda no preço do petróleo e alta nas bolsas globais, refletindo o alívio sobre os riscos para o fornecimento de petróleo do Golfo.

Trump, a caminho da cúpula da OTAN na Holanda, criticou Israel duramente, usando palavrões, em um tom pouco habitual para se dirigir a um aliado. “Todos os aviões vão dar meia-volta e fazer um aceno amigável para o Irã. Ninguém vai se ferir. O cessar-fogo está valendo!”, escreveu em sua rede Truth Social. Antes disso, ele já havia publicado: “Israel. Não solte essas bombas. Se fizer isso, é uma violação grave. Tragam seus pilotos para casa. Agora!”

Ainda na Casa Branca, Trump se mostrou irritado com ambos os lados por violarem o cessar-fogo, mas especialmente com Israel, que, segundo ele, “descarregou” bombas pouco depois de assinar o acordo. “Tenho que fazer Israel se acalmar agora”, declarou. “Eles estão lutando há tanto tempo que nem sabem mais o que estão fazendo.”

De acordo com a Axios, Netanyahu teria dito a Trump que Israel reduziria a intensidade dos bombardeios, mas não os cancelaria completamente. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que ordenou grandes ataques contra alvos em Teerã, alegando que o Irã violou o cessar-fogo ao disparar mísseis.

O governo iraniano, no entanto, negou ter lançado mísseis e acusou Israel de continuar seus ataques por mais de uma hora e meia após o horário combinado para o início do cessar-fogo.

Apesar das violações iniciais, tanto em Israel quanto no Irã a população demonstrava alívio com a possibilidade de fim da guerra, que começou há 12 dias com um ataque surpresa de Israel e se intensificou com a entrada dos Estados Unidos no conflito, dois dias antes. Moradores de ambos os países relataram que, apesar dos danos e das perdas, esperam que o cessar-fogo represente um novo começo.

Trump afirmou que não tem interesse em promover uma mudança de regime no Irã e que seu objetivo é simplesmente conter o avanço do programa nuclear iraniano. “Não quero ver tanto caos”, disse. “O Irã não vai ter uma arma nuclear. Aliás, acho que é a última coisa na cabeça deles agora.”

O cessar-fogo foi possível após mediação dos Estados Unidos, com Trump negociando diretamente com Netanyahu, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, articulando com os iranianos. Antes disso, o Irã havia respondido aos bombardeios americanos lançando mísseis contra a maior base militar dos EUA no Oriente Médio, localizada no Catar. Nenhum soldado americano se feriu, o que sugere que o ataque foi calibrado para permitir a desescalada.

Ao longo do conflito, Israel atingiu instalações nucleares iranianas e matou parte da cúpula militar de Teerã, no maior desafio à República Islâmica desde a guerra contra o Iraque nos anos 1980. Autoridades iranianas afirmam que centenas morreram nos bombardeios. Já mísseis iranianos mataram 28 pessoas em Israel, sendo a primeira vez que um ataque desse tipo consegue furar as defesas israelenses.

China e Rússia, membros do conselho de segurança da ONU, classificaram os ataques de Israel e EUA ao Irã como patentes violações do direito internacional. Lideranças do Sul Global, como Lula, Petro e Boric, também condenaram duramente as ações criminosas dos EUA.

Na Europa, porém, predominou cumplicidade covarde, seja através do silêncio medroso, seja através do apoio explícito ou disfarçado.

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Last Update: 24/06/2025