Na abertura da série especial de entrevistas com os candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), o Café PT recebeu, nesta segunda-feira (23), o candidato Edinho Silva (nº 180). Filiado ao PT desde 1985, Edinho defende que o partido precisa se renovar, fortalecer sua base militante e estar preparado para enfrentar os desafios da próxima década.

“É um partido que acumula vitórias, mas ele também tem problemas. É um partido que precisa passar por mudanças”, afirmou.

Para Edinho, o PT deve se reorganizar internamente, retomar a relação com a militância e se preparar para embates decisivos, como a reeleição de Lula em 2026 e a derrota do fascismo no país.

O primeiro turno das eleições internas do Processo de Eleições Diretas (PED) 2025 ocorre no dia 6 de julho, das 9h às 17h, nos diretórios municipais do PT em todo o país, respeitando o horário de cada região. Brasileiros filiados ao partido que residem no exterior também poderão votar para a chapa nacional e a presidência nacional.

Democracia interna

Durante a entrevista, Edinho destacou que sua principal proposta é reorganizar o funcionamento interno do partido, fortalecendo as instâncias partidárias e valorizando a democracia interna.

“Mandato não pode substituir as instâncias partidárias. Um partido em que as instâncias não funcionam é um partido que não terá condições de fazer disputa eleitoral e muito menos de enfrentar o fascismo”, alertou.

Ele defendeu ainda a descentralização da elaboração do orçamento partidário, com autonomia para secretarias e setoriais. “Temos que definir democraticamente quanto cada secretaria terá de recursos, definir recursos para os nossos setoriais, dar autonomia de execução orçamentária”.

Reeleição de Lula

O candidato também destacou a importância da reeleição de Lula em 2026. “Nós temos que dar continuidade à missão de reconstrução do Brasil”.

Ele lembrou o estado em que o país foi deixado após o governo Bolsonaro e ressaltou o papel do presidente Lula na reorganização institucional e na retomada das políticas públicas.

“O presidente Lula está reorganizando as políticas públicas. O governo Bolsonaro destruiu tudo aquilo que anos de mandatos de Lula e Dilma tinham deixado de herança para o país”, afirmou.

Edinho também reforçou que o partido deve se preparar para um embate de valores e projetos. “Nós temos pela frente um embate histórico que é derrotar o fascismo no Brasil”.

Economia solidária, juventude e novas profissões

O candidato apresentou ainda propostas voltadas à nova classe trabalhadora, especialmente aos que atuam nas periferias e em atividades ligadas às plataformas digitais.

Segundo ele, o partido precisa disputar o sentido do trabalho com esses grupos e apresentar alternativas organizativas, como as cooperativas.

“O motoboy, o motorista de aplicativo, os meninos e meninas que recortam vídeo, impulsionam vídeo, muitas vezes não se sentem trabalhadores. A economia solidária é um grande instrumento de organização”, defendeu.

Edinho propôs também que o partido encampe a pauta da mudança na Lei do Cooperativismo e estimule a criação de aplicativos geridos por cooperativas para que os trabalhadores fiquem com a maior parte da remuneração. “Hoje ela é apropriada pelas multinacionais”.

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Tributação mais justa

A defesa por um sistema tributário mais justo também foi destaque na entrevista. Ao Café PT, Edinho elogiou o papel de Fernando Haddad no debate com o Congresso Nacional sobre a reforma tributária e disse que o PT deve contribuir para tornar esse debate nacional.

“Estamos vivendo um grande embate sobre a tributação das operações financeiras. Nós temos que ter coragem de cobrar imposto de quem nunca pagou imposto”, declarou.

“Por que que nós vamos manter desoneração para cadeias produtivas que já estão estruturadas há décadas no mercado? O Brasil tem mais de R$ 800 bilhões de renúncia fiscal. E nós não vamos debater quem são os beneficiados por essa renúncia fiscal? Se precisam ter renúncia ou não?”

Desafio

Para Edinho Silva, o governo Lula já apresenta avanços significativos e precisa mostrar isso à sociedade. “Temos que fazer o confronto entre o Brasil que tínhamos até 23 e o Brasil que temos hoje”.

Ele citou ações como a retomada do Minha Casa Minha Vida (MCMV), o novo PAC, o programa Pé de Meia e a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil como medidas concretas em favor da população.

“O presidente Lula pacificou o Brasil, deu estabilidade institucional e fez a economia crescer além do previsto. Temos o menor desemprego das últimas décadas”, destacou.

Sobre o PED, Edinho Silva convocou aos filiados e filiadas do partido para que participem ativamente do PED 2025.

“Você que sabe da responsabilidade de fortalecermos um partido que terá que ser forte mesmo quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas… vamos fazer desse PED não só um processo de disputa, mas de construção desse partido que é fundamental para a classe trabalhadora brasileira”, concluiu.

A série de entrevistas com os candidatos à presidência do PT continua nos próximos dias, com transmissão ao vivo pelo canal do partido no YouTube, na Rádio PT e nas plataformas de streaming.

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Da Redação

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Last Update: 23/06/2025