
O preço do petróleo disparou após os Estados Unidos bombardearem três instalações nucleares do Irã e ameaçarem novas ofensivas no último sábado (21). Como conta a Bloomberg, a cotação da Brent chegou a subir 5,7% na abertura, atingindo US$ 81,40 por barril — movimento que reforça a tendência de alta nas últimas três semanas. Também houve aumento na diferença entre os preços de contratos futuros, conhecidos como spreads, refletindo maior percepção de risco.
O presidente Donald Trump afirmou no fim de semana que os ataques “destruíram completamente” as instalações em Fordow, Natanz e Isfahan, e advertiu que novas ações podem ocorrer se Teerã não se mostrar disposto a negociar a paz. Em resposta, o governo iraniano alertou que as ações terão “consequências eternas”.
A ofensiva eleva a tensão no Oriente Médio e pressiona os mercados globais com a possibilidade de interrupção na oferta de petróleo e gás. O Oriente Médio é responsável por cerca de um terço da produção mundial, e a escalada militar já impacta os preços futuros, o frete de navios e os volumes de opções negociadas.
Segundo analistas, o maior risco imediato é o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo global. O Parlamento iraniano já pediu a medida, que depende de aval do aiatolá Ali Khamenei. Outra preocupação é a possibilidade de ataques iranianos à infraestrutura de países da Opep+ — como Arábia Saudita, Iraque e Emirados Árabes — ou a incentivo de hostilidades no Mar Vermelho por grupos como os houthis.
Caso o Irã sofra novas perdas, até suas próprias instalações, como o terminal de exportação na Ilha de Kharg, podem ser alvos — o que elevaria ainda mais os preços. Por enquanto, também de acordo com o portal, imagens de satélite indicam que Teerã tenta acelerar suas exportações.
Diante da instabilidade, a Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, podem agir para tentar estabilizar o mercado com aumento de produção. Mesmo assim, a tensão gera preocupação inflacionária em escala global.
“Isso pode nos colocar em um caminho para o petróleo a US$ 100, se o Irã responder como já ameaçou anteriormente”, alertou Saul Kavonic, analista da MST Marquee. “Esse ataque dos EUA pode gerar uma conflagração do conflito.”