Parlamentares da Bancada do PT também repudiam os ataques e denunciam a violação do direito internacional

Em nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores no início da tarde deste domingo (22/6), o governo brasileiro expressou grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condenou com veemência os ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. “Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, diz trecho do manifesto.

O Governo brasileiro também reiterou sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeitou com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-a-instalacoes-nucleares-do-ira

Bancada do PT

 Parlamentares da Bancada do PT na Câmara, em suas redes sociais, também repudiaram com veementemente os ataques ordenados neste sábado (21) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra as três principais instalações nucleares do Irã. O deputado Alencar Santana (PT-SP) considerou “gravíssimo” o que os Estados Unidos fizeram. “Se o ataque de Israel ao Irã já era ilegal e completamente violador do direito internacional, o que o governo de Donald Trump fez há poucas é o equivalente a rasgar todos os estatutos que regulam a convivência entre as nações”, afirmou.

Para Alencar Santana, quando dois governos arrogam-se o direito de bombardear, a seu bel-prazer, uma nação não alinhada – sem qualquer hostilidade efetiva -, “não é apenas o Irã que se vê ameaçado, mas os próprios alicerces da civilização”. Ele repudiou essa ação “ilegítima e belicosa”, perpetrada por governos que, longe de promover a paz, insistem em semear o caos sob o manto falacioso da própria segurança. “A história não absolverá os EUA e Israel por tamanho desprezo ao direito internacional e à dignidade humana”, afirmou.

ONU

Ao condenar os ataques, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que a reforma do ONU precisa sobrepor todas as questões emergenciais. “Diante de tamanha inoperância, os senhores da guerra se aproveitam para os ataques mais bárbaros a populações indefesas. Chefes de Estado de todo o mundo manifestam suas posições contrárias contra os ataques de Israel, Estados Unidos e Irã, mas não se reúnem para dar um basta nessa insanidade”, criticou.

Na avaliação do deputado Guimarães, a guerra de hoje mais parece uma diversão de “estúpidos e fascínoras”. Ele acrescentou que o mundo precisa superar essa herança maldita da idade média, para em seu lugar estabelecer a mesa da diplomacia a fim de resolver os problemas com diálogo democrático. “Por uma reunião emergencial da ONU, para por fim à escalada desse conflito. Que Deus proteja as crianças, os idosos, os indefesos, dos ataques dessa guerra!”, pediu.

Guerra mundial

Na opinião da deputada Natália Bonavides (PT-RN) o imperialismo dos Estados Unidos e de Israel está levando o mundo à beira do precipício de uma guerra mundial. “Nossa geração, assim como outras, terá o desafio de se mobilizar para impedir e parar as ganas de guerra de lideranças dispostas a massacrar populações para lucrarem e se imporem. É imprescindível pensar em jornadas mundiais pela paz e pela interrupção de todas as guerras. Sob pena de ser tarde demais”, alertou.

Na mesma linha, a deputada Denise Pessôa (PT-RS) considerou que, com os bombardeios dos EUA, a guerra escala para o nível global. Ela afirmou que ataques assim não são “cirúrgicos” — são condenações à morte em massa. “Vazamento radioativo não é efeito colateral, é objetivo. É crime contra a humanidade. Líderes irresponsáveis estão jogando o mundo no abismo”, protestou.

 

Crime de guerra de Trump e Netanyahu

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também considerou que o bombardeio das usinas nucleares do Irã, pelos EUA, amplia a guerra a padrão mundial. “O ataque às instalações nucleares por Israel e agora por EUA só pode ter como objetivo o vazamento de radioatividade para morte total da população na região”, denunciou.

A parlamentar lembrou que o Direito Internacional Humanitário proíbe ataques às instalações nucleares, para impedir danos colaterais incalculáveis à população civil e ao meio ambiente “A Convenção sobre a Segurança dos Materiais Nucleares (1987) exige que Estados protejam instalações e define diretrizes contra ataques à reatores nucleares. Trump e Netanyahu cometem novo crime de guerra. Mas isso não importa para ambos”, lamentou.

Linha perigosa

Para o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), ao atacar instalações nucleares do Irã, os EUA cruzam uma linha extremamente perigosa, com potencial de desestabilizar o mundo inteiro. “A busca por poder não pode se sobrepor ao direito à vida no planeta”, enfatizou.

Quebra de promessa

A deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que os ataques dos EUA ao Irã mostram Trump descumprindo promessa de campanha de não fazer nenhuma guerra, descumprindo a legislação de seu país e descumprindo tratados internacionais, que classificam o ataque à usinas nucleares como “crime de guerra”. “A verdade vítima da ganância”, completou.

O deputado Bohn Gass (PT-RS) destacou que desde 1979 os EUA não atacavam aquele país. “As consequências são inimagináveis. Trump quebra promessa: disse aos eleitores de que não faria nenhuma guerra. E a pergunta segue sem resposta: por que o Irã não pode ter arma nuclear e Israel pode?”

E o deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que da extrema-direita só podemos aguardar a barbárie. “O imperialismo atacou o Irã sem intermediário. A extrema-direita não tem limites, como não teve Hitler. Invadem, atacam dezenas de nações, financiam golpes, terrorismo e guerras. É preocupante o futuro da humanidade”.

 

 

Vânia Rodrigues

 

 

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Last Update: 22/06/2025