O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou, na tarde de domingo (22), uma nota em que “condena com veemência” os ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã.

Segundo o Itamaraty, a escala militar preocupa, pois os países violaram a soberania iraniana e o direito internacional ao bombardear instalações atômicas, o que representa grave ameaça à população civil e ao meio ambiente sob o risco de contaminação radioativa.

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No texto, reforça que a energia nuclear deve ser utilizada somente para fins pacíficos. Além de repudiar o bombardeio orquestrado pelo presidente Donald Trump e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo também se manifestou contra o revide iraniano com mísseis que atingiram áreas do território israelense densamente povoadas, incluindo instalações hospitalares.

Por fim, o governo brasileiro pede “máxima contenção” aos envolvidos no conflito e sublinha a necessidade de uma saída diplomática que acabe com as agressões e estabeleça a paz. Do contrário, o risco de a guerra se agravar pode gerar consequências irreversíveis não só para a região, mas também para o mundo.

Confira a seguir a nota completa:

Ataques a instalações nucleares do Irã

O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala.

O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestruturas civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário.

Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.

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Last Update: 22/06/2025