
Muito se sabe sobre as ideias e os feitos de líderes revolucionários como Karl Marx, Vladimir Lênin, Mao Tsé-Tung e Fidel Castro. Mas o que eles comiam? Apesar de suas figuras estarem mais associadas a tratados políticos do que a receitas, registros históricos e relatos de familiares revelam detalhes curiosos sobre as preferências alimentares desses personagens centrais do século XIX e XX.
Karl Marx, por exemplo, apreciava a culinária tradicional da Alemanha. Em sua juventude, era fã de salsichas, pão preto (pumpernickel) e cerveja. No entanto, durante os anos de penúria em Londres, sua dieta era limitada a batatas, chá e pedaços de pão. O filósofo contava com a ajuda financeira de Friedrich Engels até mesmo para comer.
Vladimir Lênin também não era dado a extravagâncias gastronômicas. Ele preferia pratos russos simples como schchi (sopa de repolho), kasha (mingau de cereais) e pão de centeio. Segundo sua companheira, Nadejda Krupskaya, Lênin era um homem disciplinado até à mesa, e gostava de colher cogumelos em passeios pelo campo, que depois usava em sopas.

Já Mao Tsé-Tung tinha uma relação mais intensa com a comida. Natural da província de Hunan, era apaixonado pelos pratos apimentados típicos da região. Seu favorito era o porco à moda de Hunan, cozido lentamente em molho de soja, pimenta e açúcar. Mao acreditava que comidas picantes fortaleciam o espírito combativo — e fazia questão de manter essa tradição mesmo em reuniões políticas.
Fidel Castro, por sua vez, mantinha um cardápio tipicamente cubano. Moros y cristianos (arroz com feijão preto), carne suína assada, banana-da-terra frita e sopa de feijão faziam parte de sua rotina alimentar. Também era apreciador de um bom café forte e dos charutos artesanais da ilha. Apesar do gosto por itens simbólicos da cultura cubana, Fidel adotou uma dieta mais moderada nos últimos anos de vida.
O que chama a atenção nesses casos é que, apesar das diferenças geográficas e históricas, os quatro líderes mantinham hábitos alimentares relativamente simples e profundamente ligados à cultura de origem. Nenhum deles ficou marcado por luxos à mesa, mas sim por pratos tradicionais, reconfortantes e, muitas vezes, de origem popular.
A mesa, para eles, não era palco de ostentação, mas de identidade — talvez o único traço comum entre ideologias tão distintas e contextos tão diversos. Mesmo nos bastidores das revoluções, a comida também fazia parte da história.