Brasileiro vai ao mercado de bairro 74 vezes por ano, enquanto visita grandes redes apenas 16 vezes

Os mercados de bairro seguem como uma escolha frequente do consumidor brasileiro.

Segundo levantamento da NielsenIQ, cada cliente vai, em média, 74 vezes por ano a esses pequenos estabelecimentos.

Em contraste, as grandes redes de supermercados recebem apenas 16 visitas anuais por cliente.

O dado reforça uma tendência de valorização do comércio local, principalmente quando o assunto é conveniência e agilidade nas compras.

Personalização e proximidade impulsionam as vendas

Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, a principal vantagem dos mercados de bairro está na proximidade com o cliente.

“O dono da loja conhece melhor o público e sabe exatamente o que os fregueses costumam comprar no dia a dia”, afirma.

Segundo Rosadas, essa relação próxima permite ao comerciante ajustar o sortimento de produtos de forma mais precisa, evitando excessos e focando nos itens com maior demanda.

Além disso, produtos de maior valor agregado, como bebidas alcoólicas e cortes especiais de proteína, tendem a ter melhor aceitação quando o lojista entende as preferências locais.

Estrutura das grandes redes vira obstáculo

Do outro lado, as grandes redes enfrentam desafios para atender uma clientela mais ampla e diversificada.

Essa dificuldade de personalização pode resultar na oferta de produtos que não correspondem às necessidades reais dos consumidores.

Segundo Rosadas, o tamanho e a estrutura desses estabelecimentos, que deveriam ser vantagens, acabam afastando parte do público.

“Muitos brasileiros querem otimizar o tempo. Eles buscam evitar filas longas, deslocamentos maiores e o tempo excessivo percorrendo corredores de supermercados. Os mercados de bairro se encaixam melhor nessa rotina”, explica o especialista.

Compras emergenciais e de reposição dominam o pequeno varejo

O estudo da NielsenIQ mostra que 48% das vendas nos mercados de bairro são de itens de reposição.

Outros 37% correspondem a compras emergenciais.

O tíquete médio, porém, é menor: R$ 44 por visita, contra cerca de R$ 100 nas idas aos atacarejos.

Essa diferença de valor reflete o perfil de compra mais frequente e pontual no pequeno varejo.

Tendência global de readequação do varejo alimentar

O movimento de valorização do comércio de proximidade não é exclusivo do Brasil.

Na Espanha, a rede Alcampo anunciou o fechamento de 25 lojas e a redução das operações em outras 15 unidades.

Nos Estados Unidos, a rede Daily Table encerrou suas atividades.

Esses exemplos reforçam que o comportamento do consumidor mudou, com maior busca por conveniência e agilidade no dia a dia.

“O cenário no Brasil segue essa tendência. A preferência por mercados de bairro mostra que entender o consumidor e adaptar a operação à rotina dele faz toda a diferença”, conclui Leandro Rosadas.

Artigo Anterior

Horóscopo semanal: previsão dos signos de 23 a 29 de junho de 2025

Próximo Artigo

Dólar despenca em 2025 e inflação pode fechar o ano abaixo de 5% com impacto direto nos preços

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!