O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) segura a bandeira de Israel durante a Marcha para Jesus, realizada nesta quinta-feira (20), em São Paulo. Foto: Reprodução

Enquanto as bombas israelenses seguem matando civis na Faixa de Gaza, com milhares de crianças e mulheres entre os mortos, a Marcha Para Jesus realizada nesta quinta-feira (20) em São Paulo serviu de palco para um ato político em apoio ao governo de Israel.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) participaram do evento com bandeiras israelenses nas mãos, em meio a orações e discursos com conotação eleitoral.

O professor Aldo Fornazieri, da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, criticou duramente a atitude. “No momento em que Israel massacra milhares de crianças e mulheres com bombas e pela fome, o governador Tarcísio e o prefeito Nunes desfilaram com bandeiras do Estado genocida. Os promotores da marcha, falsos cristãos, hipócritas e anticristos, incentivaram esse desrespeito pela morte e pelo sangue de milhares de inocentes”, escreveu nas redes.

A Marcha Para Jesus ocorre desde 1993 na capital paulista e reúne diversas igrejas evangélicas. Apesar do caráter religioso declarado, o evento tem se aproximado de pautas políticas da direita nos últimos anos. Tarcísio, por exemplo, já foi apontado por líderes evangélicos como o nome preferido do bolsonarismo para a eleição presidencial de 2026. Durante a marcha, foi exaltado ao lado de pastores, que pediram orações e votos por ele.

A presença de bandeiras de Israel não foi pontual: trata-se de uma estratégia já comum entre segmentos evangélicos, que veem o Estado israelense como parte de um plano divino. Ignoram os crimes de guerra cometidos por Israel, sobretudo no ataque em curso à Faixa de Gaza, iniciado em outubro de 2023.

Segundo a ONU, o bloqueio de alimentos e medicamentos e o bombardeio sistemático de áreas civis configuram punição coletiva.

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Last Update: 20/06/2025