
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, participa nesta sexta-feira (20), em Genebra, de uma reunião com representantes do Reino Unido, França e Alemanha — grupo conhecido como E3 — para discutir alternativas diplomáticas que possam conter a escalada do conflito entre Irã e Israel.
A iniciativa do encontro partiu do próprio governo iraniano e foi aceita pelos chanceleres europeus. As negociações ocorrerão em Genebra, local que foi palco, em 2013, do primeiro acordo firmado entre o Irã e potências mundiais para limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções internacionais.
O encontro ocorre após o colapso das negociações mais recentes entre Irã e Estados Unidos, impactadas diretamente pela ofensiva militar israelense iniciada em 12 de junho.
“Os iranianos não conseguem sentar-se com os americanos, enquanto nós conseguimos”, afirmou um diplomata europeu. “Vamos dizer a eles para voltarem à mesa de negociações sobre a questão nuclear antes que o pior aconteça, ao mesmo tempo em que levantamos nossas preocupações com relação a seus mísseis balísticos, apoio à Rússia e detenção de nossos cidadãos.”
As potências europeias, apesar de não estarem envolvidas diretamente nas tratativas entre Irã e EUA, demonstraram crescente frustração com a condução americana do processo. De acordo com relatos, algumas exigências dos EUA foram consideradas irreais e poderiam ter comprometido o avanço de um acordo mais sólido, abrindo caminho para impasses duradouros.
Diplomatas próximos às negociações afirmaram que não há expectativa de avanços concretos em Genebra, mas consideram essencial manter os canais de diálogo com o governo iraniano.
Mesmo que o conflito armado cesse, o programa nuclear do Irã ainda representa uma preocupação internacional, especialmente devido ao conhecimento técnico já adquirido pelo país, que poderia ser utilizado futuramente em ações clandestinas.
Um funcionário iraniano confirmou o compromisso de Teerã com a via diplomática, mas reforçou que Israel precisa ser pressionado internacionalmente a interromper os ataques. “O Irã continua comprometido com a diplomacia como único caminho para resolver disputas — mas a diplomacia está sob ataque”, declarou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/A/z/FDXhLaRiiAGMFc1rJEeQ/captura-de-tela-2025-06-17-193336.png)