A greve dos trabalhadores em educação da rede municipal de Belo Horizonte, iniciada no dia 6 de junho, segue firme nesta terça-feira (17), sem qualquer resposta oficial da Prefeitura de Belo Horizonte. Professores mantém uma vigília em frente à sede da prefeitura, no centro da capital mineira, cobrando um posicionamento sobre as negociações salariais, que vêm sendo proteladas. A ação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), reflete a insatisfação da categoria com a falta de diálogo por parte do governo municipal.
Na quinta-feira (13), o presidente da Câmara Municipal e prefeito em exercício, Juliano Lopes (Podemos), anunciou pela imprensa uma nova rodada de negociação com proposta de reajuste para os servidores públicos. No entanto, até o momento, o sindicato não recebeu qualquer comunicado oficial.
A assembleia-geral realizada na úlitma terça-feira (17), na Praça da Estação, reuniu mais de dois mil trabalhadores, segundo o Sind-Rede/BH. Logo após a reunião, os grevistas foram às ruas manifestar. “Seguimos em greve, esperando que o prefeito busque o diálogo e negocie o mais rápido possível”, disse uma trabalhadora durante a manifestação.
A greve tem como eixos centrais a recomposição do Piso Nacional do Magistério, a redução do número de estudantes por turma, a ampliação do tempo de planejamento e melhorias estruturais nas escolas. Os trabalhadores também exigem a recomposição do quadro de profissionais — especialmente na educação infantil —, a atualização do plano de carreira e a correção das perdas salarias de aposentados.
A proposta inicial da Prefeitura, de apenas 2,49% de reajuste, foi rejeitada por ser inferior à inflação e ao piso nacional do magistério, agravando a insatisfação da categoria. Diversas entidades sindicais, partidos políticos e parlamentares manifestaram apoio à greve, por meio de notas e publicações nas redes sociais, reforçando a legitimidade da mobilização.
A continuidade da greve e a interrupção do serviço público são consequências diretas da intransigência do poder público, que se recusa a dialogar e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações dos trabalhadores. Ao protelar as negociações e ignorar as demandas legítimas da categoria, a prefeitura assume a responsabilidade pela paralisação, que afeta diretamente a educação de milhares de crianças e jovens em Belo Horizonte.
