O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi alvo de investigações ilegais e ameaças de morte por parte da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), como revela relatório final da Polícia Federal que investigou o órgão por monitoramentos sem mandados judiciais feitos durante o governo Bolsonaro.
Logo após o Moraes afastar o delegado responsável pelo inquérito da PF sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o investigador Giancarlo Gomes Rodrigues e o Policial Federal Marcelo Bormevet da ABIN ameaçaram o Ministro de morte, dizendo que ele merecia um “head shot” (tiro na cabeça).
Eles também fizeram uma petição pelo Impeachment de Alexandre de Moraes e a lançaram na internet para angariar apoio tentativa de golpe. Na ocasião, eles também “brincaram” sobre o desejo de matar o Ministro.
Em 2020, o Giancarlo foi responsável por produzir inúmeros dossiês, sem nenhuma autorização da justiça, tentando associar o Ministro ao Delegado Osvaldo Nico Gonçalves, responsável pela prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro e acusado de fazer “rachadinha” para tentar incriminar Moraes.
O dossiê apresenta algumas fotos dos dois juntos publicadas na revista Veja em 2016, em ocasião de uma operação deflagrada contra as torcidas organizadas do estado de São Paulo. A ABIN usou da estrutura do órgão para divulgar essas imagens nas redes sociais e criar uma falsa narrativa de perseguição política a Queiroz.
O período coincidiu também com o julgamento do STF que confirmou a legalidade do inquérito das “Fake News”, e o relatório presumiu que o direcionamento dessas ações clandestinas foi uma reação da ABIN “paralela” contra as investidas do Ministro para combater a desinformação.
Mesmo com o fim do caso, o mesmo investigador ainda encaminhou outros dossiês a Marcelo Bormevet, compilando diversas informações obtidas por ele sobre Alexandre de Moraes. A produção desses dossiês também coincidiu com a inclusão de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das “Fake News”.