A cobertura da mídia ocidental sobre o conflito entre Israel e Irã, e a situação mais ampla na região, revela um profundo racismo e uma postura imperialista. Israel é, de fato, um país que pratica apartheid e genocídio. A mídia ocidental, por sua vez, adota uma cobertura favorável a essa política de apartheid, demonstrando um viés racista que impede a visão dos palestinos como seres humanos – a lição mais dolorosa dos nossos tempos.
Esse viés se manifesta de forma gritante na disparidade da cobertura. Quando Israel ataca sem provocação, utilizando mentiras sobre o Irã desenvolver armas atômicas, sem qualquer prova, a mídia ocidental novamente exerce seu racismo infame. Um exemplo claro é a diferença na abordagem de ataques a hospitais: se Israel ataca um hospital no Irã, a notícia mal aparece na mídia ocidental; no entanto, se o Irã ataca um hospital em Israel, torna-se manchete em todos os veículos ocidentais, incluindo a mídia tradicional brasileira e os novos portais que seguem a mesma linha racista, imperialista e pró-apartheid israelense, alinhada ao imperialismo americano. A maneira como o debate é conduzido sempre apresenta o Irã como inimigo, apesar de ser um país independente que não ataca ninguém, e as acusações de financiamento de terrorismo são falsas e hipócritas.
Essa postura é corroborada pelos recentes ataques e censura a jornalistas que tentam cobrir os eventos no terreno. Entre 14 e 17 de junho, pelo menos 26 jornalistas – a maioria cidadãos palestinos de Israel que trabalham para a mídia árabe e internacional, além de jornalistas estrangeiros – foram alvo de agressões físicas, incitação racista, negação de acesso a locais, batidas de censura e apreensão de equipamentos. A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) condenou veementemente essa onda perturbadora de ataques.
Incidentes específicos incluem a negação de reentrada a jornalistas estrangeiros em um local de foguetes em Rishon LeZion pela polícia. Samir Abdel Hadi, da agência turca Anadolu, foi impedido apesar de apresentar suas credenciais de imprensa. Arej Hakrush e seu cinegrafista Alaa Al-Hayeh, da Al-Ghad TV, foram submetidos a abusos verbais racistas e agressões físicas por moradores locais, com a polícia se recusando a intervir. Em Bat Yam, Razi Tatour e Iyad Abu Shalbak, também da Al-Ghad TV, foram agredidos por guardas de fronteira que tentaram confiscar sua câmera, acusando-os de serem sabotadores. Marwan Athamneh e Mohammed Al Sharif, da Al Arabiya, foram atacados por uma multidão após serem ouvidos falando árabe.
Em Haifa, jornalistas que cobriam impactos de foguetes foram filmados por civis, e as imagens foram disseminadas em grupos de mídia social israelenses, incitando o público a confrontá-los e puni-los, sob falsas acusações de trabalharem para a Al Jazeera e “ajudarem o inimigo”. Mais uma vez, a proteção policial foi ausente.
Em 16 de junho, a polícia israelense invadiu locais em Haifa onde equipes de TV estrangeiras, incluindo a TRT Arabi e a Al-Ghad TV, estavam operando, confiscando equipamentos e convocando jornalistas para interrogatório, sob a acusação de exibirem imagens de locais sensíveis atingidos por mísseis iranianos. Essas batidas foram ordenadas pelo Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, que acusou as emissoras estrangeiras de colocar em risco a segurança do Estado.
Em 19 de junho, o parlamento israelense e Itamar Ben-Gvir introduziram um novo projeto de lei que visa proibir a filmagem de interceptações e impactos de mísseis, bem como a postagem de fotos e vídeos relacionados nas redes sociais. A lei também banirá veículos de mídia estrangeiros considerados hostis ao Estado de filmar dentro do país em tempos de guerra, e proibirá a filmagem de locais sensíveis ou estratégicos. As emendas propostas substituem multas por penas de prisão, variando de 20 a 30 meses por violações. A prisão de um fotógrafo da Al Jazeera em 18 de junho sugere que a aplicação da nova lei já começou, mesmo antes de sua adoção oficial.
O Secretário-Geral da IFJ, Anthony Bellanger, declarou: “Esta onda de agressões e censura contra jornalistas palestinos-israelenses e estrangeiros em Israel é profundamente alarmante. Os jornalistas devem ter permissão para reportar livre e seguramente. Apelamos novamente às autoridades israelenses e ao público para que defendam a liberdade de imprensa e protejam todos os jornalistas, independentemente de sua origem ou afiliação.”
Na realidade, Israel não apenas financia o terrorismo, como o pratica. Israel tem matado cientistas e pessoas em todo o mundo há décadas. Recentemente, Israel organizou um ataque terrorista no Líbano, explodindo 3.000 dispositivos, resultando na morte de muitos inocentes que não tinham qualquer envolvimento. Israel pratica terrorismo, e os Estados Unidos também praticam terrorismo. A guerra e o genocídio contra os palestinos são formas de terrorismo de Estado. O ataque ao Irã está sendo feito com várias táticas terroristas, como o assassinato de cientistas em suas próprias casas, junto com suas famílias inteiras. É inaceitável que a comunidade internacional aceite isso como algo normal.