Uma sucessão de eventos nos Estados Unidos, incluindo um senador democrata algemado e o envio de militares para confrontar manifestantes pacíficos, mostra que Donald Trump caminha para uma autocracia mais rápido do que analistas temiam.
Entre os pontos que preocupam analistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian, estão o envio de agentes disfarçados da ICE (Imigração, Alfândega e Fiscal, na sigla traduzida) para prender e deportar pessoas, uma tática “evocativa das ditaduras e projetada para provocar medo entre a população em geral”.
Ao mesmo tempo, alguns analistas questionam a capacidade do Judiciário norte-americano em seu trabalho como salvaguarda democrática, mesmo com os diversos desafios legais às ordens executivas de Trump, muito por conta da maioria conservadora da Suprema Corte – pelo menos três juízes foram nomeados por Trump em seu primeiro governo.
Recentemente, a pesquisa Bright Line Watch, elaborada junto a com cientistas políticos, recentemente deu aos EUA uma pontuação de 53 – o menor desde que começou a coletar dados em 2017 – em um espectro que varia de 0 para a ditadura total de 100, denotando uma democracia perfeita, de acordo com Brendan Nyhan, professor do Dartmouth College. A expectativa é de queda ainda maior até 2027.
De acordo com a publicação, a chave para saber se Trump irá levar os Estados Unidos para o autoritarismo são seus esforços em torno do controle sobre as forças armadas – uma vez que a única forma possível de transformar os EUA em uma autocracia seria ter as forças militares e de segurança ao seu lado, e medidas nesse sentido já foram tomadas.