Na última terça-feira (17), um temporal em Porto Alegre causou alagamentos, interrupção de trens e falhas em semáforos, expondo a negligência do governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito Sebastião Melo (MDB). A ausência de manutenção em infraestrutura de drenagem, decorrente do arrocho orçamentário imposto pela ditadura dos bancos, gerou 12 pontos de alagamento, 17 cruzamentos sem energia e operação limitada da Trensurb.
A Trensurb circula apenas entre Farrapos e Novo Hamburgo, com ônibus emergenciais gratuitos até o Centro. A Empresa Pública de Transporte e Circulação relatou transtornos no trânsito, sobretudo na Zona Norte. O Climatempo Meteorologia registrou 80,5 mm de chuva em 12 horas, 70% da média mensal de junho. O Departamento Municipal de Água e Esgotos afirmou que as 23 casas de bomba funcionaram, mas não suportaram o volume de água.
Outros municípios sofreram: Candelária registrou um óbito; Jaguari teve 600 desalojados e 600 desabrigados; Santa Cruz do Sul, seis desabrigados e 120 desalojados; Santa Maria, 36 alagamentos e 34 casas danificadas. Cidades como Alegrete, Cachoeira do Sul e Encruzilhada do Sul enfrentaram danos em residências e estradas. A Defesa Civil e bombeiros atuam no apoio às vítimas.
O Tribunal de Contas do Estado, em 2023, apontou que Porto Alegre investe menos de 8% do orçamento em prevenção de desastres.A crise não é climática, mas resultado da submissão financeira do governo Leite e da prefeitura Melo aos bancos, que priorizam lucros sobre infraestrutura.