Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara – Foto: Reprodução

Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, criticou duramente a decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 15% ao ano, o maior nível desde 2006. Para ele, o aumento não pode ser tratado como algo comum e representa um obstáculo ao desenvolvimento econômico. “A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos”, declarou.

Segundo o deputado, a política monetária atual transforma o Brasil “no paraíso dos rentistas”, beneficiando quem lucra com juros altos enquanto prejudica os trabalhadores. Ele também associou o aumento da taxa básica ao crescimento da dívida pública, afirmando que os verdadeiros gastos não vêm dos programas sociais, mas sim do pagamento de juros.

“Em 2024, o déficit nominal foi de R$ 988 bilhões. Sabe quanto foi de gasto primário (políticas públicas de saúde, educação, previdência etc)? R$ 18 bilhões”, escreveu.

O parlamentar ainda defendeu uma revisão na forma como o Banco Central lida com os impactos fiscais. Para ele, a instituição ignora o peso da própria política de juros nas contas públicas: “O Banco Central não pode ignorar o impacto fiscal de sua política monetária. Se dizem que a dívida preocupa tanto, por que a política de juros não considera o custo que ela própria impõe às contas públicas?”.

Aumento da Selic

A crítica ocorreu horas após o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciar o aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 15% ao ano.

No comunicado oficial, a instituição justificou a decisão como necessária para garantir a convergência da inflação à meta, mas admitiu que poderá interromper o ciclo de alta nas próximas reuniões.

“O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, declarou o BC.

Gabriel Galípolo, presidente da autarquia, declarou que a condução da política monetária ainda exige “flexibilidade e avaliação constante dos dados econômicos”.

“Estamos ainda discutindo o ciclo de alta, o que vamos tomar de decisão. A flexibilidade significa que nós estamos abertos a chegar na próxima reunião para tomar essa decisão sobre o que fazer”, disse.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central – Foto: Reprodução

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Last Update: 18/06/2025