
A polícia afirmou que tem suspeitos do assassinato da vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), de 49 anos, encontrada morta com sinais de violência na manhã desta terça-feira (17) em uma estrada de terra no interior de Formigueiro, município com cerca de 6.500 habitantes na região central do Rio Grande do Sul. O corpo tinha marcas de facadas no tronco e um corte profundo no pescoço. O carro dela foi localizado nas proximidades, com vestígios de sangue e objetos pessoais no interior.
Segundo a Polícia Civil, os suspeitos já foram identificados e medidas cautelares foram solicitadas à Justiça. A delegacia de Formigueiro conta com o apoio da regional de Santa Maria nas investigações, e os investigadores trabalham com várias hipóteses, sem descartar nenhuma motivação até o momento.
Elisane era a única mulher da Câmara Municipal e a única parlamentar do PT no município. Técnica de enfermagem e mãe de dois filhos, ela exercia o primeiro mandato, após tentativas frustradas em 2016 e 2020 por outros partidos. Atuava também na unidade de saúde da localidade de Fundo do Formigueiro.

Foto: Reprodução
O assassinato da vereadora causou comoção. Deputados estaduais do PT exigiram uma investigação rigorosa e a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa decidiu enviar um ofício à Secretaria de Segurança Pública. “Infelizmente, parece mais um caso de feminicídio”, afirmou o deputado Adão Pretto Filho (PT).
A filha de Elisane, Yona Santos, manifestou indignação nas redes sociais: “Esse crime brutal não vai ficar impune. Seremos tua voz e vamos até às últimas consequências pra honrar o teu nome e a tua história”. A vereadora havia participado de uma sessão legislativa horas antes do crime.
Em nota, a Câmara de Vereadores destacou o compromisso de Elisane com as causas sociais e decretou luto oficial de três dias. A próxima sessão ordinária foi cancelada. A Prefeitura também decretou luto e destacou o trabalho da parlamentar na comunidade local.
Elisane era reconhecida por sua atuação em defesa das comunidades quilombolas. Em março deste ano, foi homenageada com o prêmio Mulheres de Luta 2025, entregue pela Assembleia Legislativa do estado.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) também se pronunciou, classificando o crime como covarde. “Tudo indica que é um crime de ódio. Isso é intolerável. De forma alguma este crime deve passar impune”, afirmou ele em vídeo publicado nas redes sociais.