O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, representará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na edição deste ano da Marcha para Jesus, que acontece nesta quinta-feira (19) em São Paulo. A participação segue a tradição de anos anteriores, em que ele, que é evangélico, tem atuado como elo entre o governo federal e lideranças religiosas.
A Marcha é organizada pela igreja Renascer em Cristo e considerada o maior evento evangélico do país, atraindo multidões à capital paulista. Segundo os organizadores, a expectativa é reunir centenas de milhares de fiéis em um dia de shows, orações e manifestações públicas de fé.
Embora tenha ampla presença de políticos, a Marcha costuma atrair majoritariamente representantes do campo da direita. Entre os nomes esperados para este ano estão o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já confirmaram presença.
O presidente Lula, por sua vez, não costuma comparecer ao evento. Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o apóstolo Estevam Hernandes, líder da Renascer e organizador da Marcha, disse que “todo mundo deveria” participar, ao ser questionado sobre a ausência do chefe do Executivo.
A presença de Messias visa demonstrar respeito institucional ao segmento evangélico, que tem influência crescente na política nacional. O ministro já foi elogiado por lideranças religiosas por manter diálogo aberto com diferentes correntes religiosas.
A relação entre o governo Lula e as igrejas evangélicas tem sido marcada por tensões, especialmente após a forte aliança do segmento com o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Nos bastidores, Messias atua para reduzir resistências e fortalecer canais de comunicação.
A Marcha para Jesus ocorre anualmente no feriado de Corpus Christi e reúne não apenas fiéis, mas também músicos gospel e representantes de diversas denominações evangélicas, sendo considerada uma vitrine política e religiosa.
