Após sentar no banco dos réus na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro está novamente na mira do Poder Judiciário e da polícia. Esse é o destaque da mais nova edição da revista Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo. Em um relatório de 800 páginas, a Polícia Federal é categórica ao afirmar que na gestão passada do governo federal, foi montado um gigantesco esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligêmncia (Abin). Os investigadores apontam que Bolsonaro teve envolvimento direto na chamada Abin Paralela.
A PF conclui que Bolsonaro integrou a organização criminosa criada para espionar adversários, jornalistas, advogados e ministros do Supremo. Porém, ele não foi indiciado, pois já responde pelo mesmo crime na ação penal que tramita sobre a tentativa de golpe. Neste caso, o relatório final foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PF entende que o Ministério Público pode acusar novamente Bolsonaro pelo crime de organização criminosa, o que pode fazer com que ele volte ao banco dos réus.
A Focus Brasil destaca que “a estrutura paralela alimentava as redes bolsonaristas com material colhido fora de qualquer protocolo legal”. O relatório da PF será, agora, enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderá denunciar os envolvidos, pedir novas diligências ou arquivar o caso. O vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, foi indiciado, pois de acordo com as diligências, ele chefiou o chamado Gabinete do Ódio, montado para tentar destruir, por meio das redes sociais, a reputação de quem se opusesse ao regime de Jair Bolsonaro.
“A PF identificou que o esquema funcionava com três núcleos interligados: a “presidência”, que abrigava Bolsonaro; o “vetor de propagação”, representado pelo gabinete do ódio, coordenado por Carlos; e a “estrutura paralela”, montada na Abin e liderada por Ramagem. Essa engrenagem clandestina permitia a espionagem em larga escala e, segundo a PF, servia à tentativa de manutenção de Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas”, destaca a Focus.
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“O relatório também cita o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, como responsável por atrapalhar investigações em curso. Ele foi indiciado por obstrução de Justiça”, completa o texto.
Preconceito e violência
A Focus também destaca que as previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sinalizam que até 2070 os idosos irão representar 38% da população, chegando a uma massa de cerca de 75 milhões de brasileiros. Segundo as projeções, a idade média no Brasil deve atingir os 51 anos, frente à média atual, que é 34 anos.
Ao analisarmos os dados, a associação imediata seria com aquela máxima de que “a velhice chega para todos”, porém, o quadro não é exatamente assim. Existe uma população ainda bastante marginalizada no quesito expectativa de vida: as pessoas trans – transexuais e travestis, como ressalta uma das matérias da revista.
“Para esse grupo, chegar à terceira idade e ter a chance de debater qualidade de vida dentro da comunidade é algo relativamente novo. Isso porque o Brasil segue, pela 16ª vez consecutiva, como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo”, destaca o texto da reportagem.
No ano passado, 122 pessoas trans foram assassinadas, sendo a vítima mais nova, uma jovem de 15 anos. Os dados são da ANTRA, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais.
Da Redação