A Polícia Federal apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como responsável criminalmente pelo caso Abin Paralela, em que a Agência Brasileira de Inteligência teria sido usada para monitorar autoridades.
Ainda que seja o comandante e beneficiário da suposta organização criminosa, o ex-presidente não está na lista de 36 indiciados. Bolsonaro já foi indiciado por tentativa de golpe de Estado, que engloba o uso ilegal da Abin. A PF, então, não o incluiu na listagem para evitar duplicidade de acusações.
Assim, caberá à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal decidir se Bolsonaro poderá ser indiciado como comandante e beneficiário da organização criminosa nesta nova denúncia.
Além do ex-presidente, Carlos Bolsonaro também foi apontado como um dos integrantes da rede de espionagem que mirava ataques ao Estado de Direito, além de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
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O GGN foi o primeiro veículo a denunciar o esquema da Abin Paralela. Em maio de 2022, o jornalista Luis Nassif apontou que os sistemas de tecnologia adquiridos pela Abin e pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército (ComDCiber) poderiam ser usados para monitorar pessoas.
Eram soluções de pesquisas em fontes abertas, com a possibilidade de infiltração em grupos, criação de perfis falsos e inclusão de bots; ferramenta para transcrição de áudios e reconhecimentos faciais; o Geosense, monitorando uma localização geográfica; o rastreamento digital, a partir do endereço de origem pela internet e pelo IP; e o hackeamento de celulares, a partir de plataformas como a Pegasus.
Esses sistemas, divulgados em maio, foram aprofundados em pesquisa do Jornal GGN no projeto Xadrez da Ultradireita e na produção do documentário “Xadrez da ultradireita mundial à ameaça eleitoral”, lançado em setembro de 2022.
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