As forças armadas de ‘Israel’ bombardearam, na madrugada desta terça-feira (16), uma área próxima à rotatória al-Tahlia, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde civis palestinos aguardavam ajuda alimentar. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, ao menos 61 pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas, incluindo pelo menos 20 em estado crítico.

O local atingido é conhecido como ponto de distribuição de alimentos em meio à crise humanitária provocada pelo cerco imposto à Faixa de Gaza. Testemunhas relataram que o bombardeio ocorreu enquanto a população esperava por sacos de farinha e outros mantimentos. Os relatos descrevem corpos espalhados ao lado dos alimentos, em meio a cenas de devastação.

Ainda segundo o Ministério, o sistema de saúde na região está sobrecarregado. O Complexo Médico Nasser, principal hospital de Khan Younis, opera no limite de sua capacidade.

Equipes médicas realizam procedimentos de emergência com estoques reduzidos de medicamentos e equipamentos básicos. Cirurgias estão sendo feitas sem anestesia, e há registro de mortes em corredores por falta de leitos e suporte clínico.

Além do ataque em Khan Younis, outras ofensivas foram registradas ao longo do dia. Na Cidade de Gaza, dois palestinos foram mortos a tiros por soldados israelenses nas imediações da Rua 10, no sul da cidade. Já no campo de refugiados de Jabalia, ao norte, uma menina morreu em decorrência de um bombardeio na rua Old Gaza.

O número total de mortos em Gaza desde o início da ofensiva israelense, em 7 de outubro de 2023, subiu para 55.493, com 129.320 feridos, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde palestino, divulgado em 16 de junho. Somente nas últimas 24 horas, os hospitais receberam 61 corpos — seis deles retirados de escombros — e 397 feridos.

A mesma nota informa que, entre as vítimas, 59 palestinos foram mortos nesta terça-feira enquanto buscavam comida em pontos de ajuda humanitária, número que se soma aos demais casos semelhantes desde o início da atual fase do conflito. No total, 397 pessoas já morreram e mais de 3 mil ficaram feridas em situações de busca por alimentos em zonas designadas como de distribuição de ajuda.

O Ministério da Saúde reiterou o pedido de envio urgente de medicamentos, equipamentos hospitalares e combustível para manter os hospitais em funcionamento. Segundo o comunicado, os profissionais da saúde trabalham com equipes reduzidas e materiais escassos, e alertam para o risco de mais mortes nos próximos dias caso não haja reforço no socorro humanitário.

O bombardeio em Khan Younis acontece no contexto de agravamento da crise humanitária e alimentar em Gaza, onde a população enfrenta escassez generalizada de água, alimentos, medicamentos e energia. A entrada de ajuda internacional continua limitada. Segundo organizações humanitárias, as condições no território são críticas e colocam em risco a sobrevivência de centenas de milhares de pessoas.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 18/06/2025