No dia 18 de junho de 1815, há 210 anos, iniciou-se a Batalha de Waterloo, na atual Bélgica, um confronto decisivo que encerrou as guerras napoleônicas e derrotou o imperador francês Napoleão Bonaparte. Travada entre as forças francesas e uma coalizão liderada por Reino Unido e Prússia, a batalha redesenhou a Europa e freou as reformas burguesas impulsionadas por Napoleão.
Após escapar do exílio na ilha de Elba em março de 1815, Napoleão reuniu um exército de 72 mil homens para enfrentar a Sétima Coalizão, formada por Reino Unido, Prússia, Áustria e Rússia. O confronto ocorreu em Waterloo, a 20 quilômetros de Bruxelas, contra o exército anglo-holandês do duque de Wellington (69 mil soldados) e o prussiano de Gebhard von Blücher (48 mil homens). A estratégia francesa era dividir os inimigos, mas chuvas torrenciais na véspera atrasaram os movimentos, permitindo a aproximação prussiana.
A batalha começou às 11h30, com um ataque francês ao castelo de Hougoumont, defendido pelos britânicos. Napoleão buscava atrair reforços inimigos para enfraquecer o centro da linha de Wellington, mas a resistência britânica frustrou a tática. Às 13h30, o marechal Michel Ney liderou uma carga de cavalaria, sem romper as formações aliadas. Às 16h, os prussianos chegaram, forçando Napoleão a dividir suas forças. Às 19h30, com o centro francês colapsando, Wellington ordenou um avanço geral, levando à debandada napoleônica.
As baixas foram altas: cerca de 25 mil franceses e 23 mil aliados mortos ou feridos. Napoleão abdicou em 22 de junho e foi exilado em Santa Helena, onde morreu em 1821. A derrota consolidou a Restauração monárquica, com o Congresso de Viena redefinindo fronteiras e restaurando dinastias absolutistas. As invasões napoleônicas, contudo, espalharam ideias liberais, como a abolição do feudalismo, que fortaleceram a burguesia em países como Alemanha e Itália.
Apesar de sua ditadura, Napoleão consolidou conquistas da Revolução Francesa, a mais importante delas, a supremacia da burguesia contra a aristocracia feudal, que ainda dominava boa parte da Europa continental, preparando o caminho para que poucas décadas depois, a burguesia consolidasse sua ditadura e permitisse a expansão do capitalismo pleno. A derrota atrasou essas transformações, mas não as impediu.