Gustavo Gayer discursa durante ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista . Foto: Bruno Santos/Folhapress

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) propôs um projeto de lei que proíbe o uso de dinheiro público para contratar influenciadores, artistas e atletas em campanhas de divulgação de governos.

Segundo ele, esse tipo de contratação representa “marketing político travestido de campanha institucional” e pode criar vantagens indevidas para autoridades, especialmente em períodos eleitorais.

Na justificativa, Gayer afirma que governos de diferentes esferas têm usado personalidades famosas para promover ações públicas, muitas vezes com verbas milionárias.

Para o parlamentar, isso compromete o equilíbrio democrático ao associar a imagem de celebridades à de agentes públicos em busca de popularidade.

A proposta surge pouco mais de um ano antes das eleições de 2026, nas quais o presidente Lula pretende disputar a reeleição.

O deputado, que ganhou visibilidade como youtuber bolsonarista, se elegeu em 2022 e agora defende maior controle sobre o uso da imagem de influenciadores em campanhas oficiais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (10). Foto: Fellipe Sampaio/STF

Durante o governo Bolsonaro, influenciadores também foram contratados para campanhas públicas. Entre 2019 e 2021, o gasto ultrapassou R$ 4,3 milhões, valor que hoje equivale a cerca de R$ 5,3 milhões com correção da inflação.

Parte desses contratos foi investigada pela CPI da Covid por envolvimento em ações que defendiam o tratamento precoce sem comprovação científica.

Aliados do governo Lula, especialmente na equipe da Secretaria de Comunicação (Secom), avaliam ampliar a presença do presidente nas redes sociais com apoio de influenciadores.

A estratégia busca melhorar a imagem de Lula, que é avesso a esse tipo de exposição e enfrenta hoje o maior índice de rejeição desde o início do mandato.

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Last Update: 17/06/2025