O governo do Irã afirmou nesta terça-feira, 17, ter realizado um ataque com mísseis contra instalações de inteligência israelenses em Tel Aviv, resultando na morte de diversos oficiais e comandantes de alto escalão. A informação foi divulgada pela agência estatal iraniana Tasnim e repercutida pela agência Sputnik.
De acordo com o relato, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) teria atingido um centro descrito como “centro de planejamento operacional” do Mossad, o serviço de inteligência exterior de Israel. A instalação também abrigaria, segundo o comunicado, atividades da Aman, diretoria responsável pela inteligência militar israelense.
“O IRGC realizou ataques de míssil contra centros de inteligência, incluindo o Mossad e a Aman, e um número significativo de altos oficiais e comandantes da inteligência israelense foram mortos”, afirmou a agência iraniana Tasnim.
Até o momento, não houve confirmação oficial ou resposta pública por parte do governo de Israel sobre a veracidade dos ataques ou sobre a suposta morte de seus oficiais. Autoridades iranianas também não divulgaram dados específicos sobre o número de vítimas nem identificaram os nomes dos supostos mortos.
A alegada ofensiva ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre Irã e Israel. O governo iraniano tem reiterado sua disposição em responder a ações atribuídas a Israel, tanto em território iraniano quanto em regiões aliadas, como parte de sua estratégia de segurança e dissuasão regional.
O suposto ataque com mísseis também representa uma escalada simbólica, considerando a afirmação de que o alvo estaria localizado em Tel Aviv, centro urbano e político de Israel.
Informações sobre a origem exata do lançamento dos mísseis não foram divulgadas pela imprensa iraniana, tampouco há imagens ou registros independentes que confirmem os danos ou o impacto da ofensiva.
Especialistas em segurança internacional avaliam que, se confirmada, a operação representaria um dos mais ousados ataques diretos atribuídos ao Irã contra instalações críticas do Estado de Israel. O Mossad e a Aman desempenham papéis centrais nas operações de inteligência israelenses, tanto em ações no exterior quanto na segurança interna do país.
A agência Tasnim não esclareceu se o ataque foi precedido por algum evento específico ou se faz parte de uma resposta direta a ações recentes atribuídas a Israel. O Irã tem, nos últimos anos, responsabilizado o governo israelense por operações de sabotagem, assassinatos de cientistas e ataques cibernéticos realizados em seu território.
A reportagem da Sputnik acrescenta que o Irã tem buscado ampliar a visibilidade de suas operações militares e de inteligência, com a mídia estatal frequentemente destacando ações do IRGC em resposta ao que considera ameaças externas. A ausência de confirmação por fontes independentes, no entanto, limita a verificação de informações fornecidas por canais oficiais iranianos.
No plano internacional, a notícia repercutiu entre analistas e agências de monitoramento de segurança na região do Oriente Médio.
Países aliados de Israel acompanham com atenção as movimentações, diante do potencial de novas escaladas no conflito indireto entre os dois países. A possibilidade de ações de retaliação por parte de Israel não é descartada por observadores militares.
Embora o governo israelense não tenha emitido pronunciamentos até o momento, fontes de segurança ouvidas por veículos internacionais sob anonimato indicaram que não há relatos públicos de ataque com mísseis em Tel Aviv no período citado.
Algumas fontes também apontaram que, mesmo em casos de operações secretas, a falta de evidências visuais ou auditivas em uma área densamente povoada como Tel Aviv torna improvável um ataque sem repercussão local imediata.
A ausência de imagens, vídeos ou alertas emitidos por sistemas de defesa aérea de Israel, como o Domo de Ferro, também levanta dúvidas quanto à execução do ataque tal como descrito. Ainda assim, o anúncio oficial iraniano pode ter como objetivo demonstrar capacidade militar e de alcance estratégico, independentemente de sua confirmação prática.
Em paralelo, o cenário regional continua marcado por instabilidade envolvendo grupos armados ligados ao Irã, como o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen. Israel tem denunciado essas alianças como parte de uma estratégia iraniana de cercamento estratégico, enquanto o Irã afirma que suas ações são de natureza defensiva e voltadas à proteção de aliados.
A escalada retórica e os anúncios de operações como o divulgado nesta terça-feira refletem a continuidade de uma guerra não declarada entre os dois países, com foco em operações de inteligência, sabotagem e ações indiretas em países terceiros.
Observadores internacionais alertam que a ausência de mecanismos diplomáticos diretos entre Irã e Israel dificulta a contenção de episódios de escalada e aumenta o risco de confrontos mais amplos. A comunidade internacional, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo da reportagem iraniana.
O desenvolvimento dos fatos nas próximas horas poderá esclarecer a veracidade do ataque, bem como indicar se haverá resposta militar de Israel. A evolução do conflito regional permanece como uma das principais preocupações de segurança no Oriente Médio.