
A vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), de 49 anos, foi brutalmente assassinada em Formigueiro, no interior do Rio Grande do Sul. A parlamentar foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (17), em uma estrada rural da localidade de Rincão dos Machado. O corpo estava caído ao lado de sua caminhonete Fiat Strada branca, com aproximadamente dez perfurações de faca, sobretudo na região do pescoço. O crime, pelas evidências iniciais, foi cometido com extrema violência.
As primeiras investigações descartaram latrocínio como motivação, já que os pertences pessoais da vereadora, incluindo bolsa, dinheiro, documentos e celular, estavam intactos no interior do veículo.
A hipótese mais forte, até o momento, é a de que se tratou de um homicídio motivado por questões pessoais ou políticas. A Polícia Civil de Formigueiro, com apoio do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Maria, está à frente do caso, que ainda não tem suspeitos identificados.
Quem era Elisane
Eleita para seu primeiro mandato em 2024, com 219 votos, Elisane era a única mulher entre os nove parlamentares da Câmara Municipal de Formigueiro.
Técnica em enfermagem e auxiliar de análises clínicas no hospital da cidade, a petista era conhecida pelo seu trabalho nas áreas da saúde pública, da assistência social e da defesa das comunidades quilombolas. Seu histórico político era marcado pela dedicação às causas populares e pelo diálogo próximo com os moradores da zona rural.
Natural de Formigueiro, nascida em 25 de outubro de 1975, Elisane era conhecida como uma mulher simples, firme e muito ativa na comunidade. Declarou um patrimônio de pouco mais de R$ 166 mil nas eleições e não possuía antecedentes que indicassem envolvimento em conflitos públicos.

O delegado responsável pelo caso, Antonio Firmino de Freitas Neto, não descarta a possibilidade de ela ter sido alvo por causa de sua atuação política.
A vereadora havia sido homenageada recentemente com o prêmio “Mulheres de Luta”, concedido pelo deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), em reconhecimento ao seu trabalho como agente de transformação social e exemplo de mulher na política.
Valdeci, aliás, foi uma das primeiras lideranças a se manifestar, classificando o crime como “brutal e inaceitável” e cobrando investigação e punição rigorosa aos culpados.
A repercussão foi imediata também entre os movimentos sociais e o diretório estadual do PT, que emitiram notas de pesar e repúdio. O coletivo PT Mulheres-RS lamentou a perda e exigiu uma resposta das autoridades, destacando a importância da representação feminina nos espaços de poder, especialmente em pequenas cidades onde essas presenças ainda são muito limitadas.
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