
Condenado por ameaçar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de morte, o bolsonarista que disse ser da Al-Qaeda foi identificado como Flávio Dantas de Souza. Ele terá que cumprir 2 anos de prisão em regime aberto por discurso “ameaçador, calunioso e injurioso”.
Segundo o site Mossoró Hoje, Flávio tem 53 anos, é conhecido como Barrabás e trabalha como pintor. Ele vivia em Areia Branca (RN) em 2022, ano em que gravou o vídeo com as ameaças, mas se mudou para Mossoró após se tornar alvo de investigação da Polícia Federal.
No vídeo em que ameaçou matar Moraes, o bolsonarista disse ser “terrorista da Al-Qaeda”. Em sua conta do Instagram, que é privada e tem menos de 100 seguidores, ele usa uma foto com vestes militares e uma boina.
A Polícia Federal realizou uma operação contra Flávio em 2023 e apreendeu aparelhos eletrônicos do suspeito, incluindo seu celular. Investigadores não encontraram nenhum indício de vínculo com qualquer organização terrorista.

O conteúdo foi compartilhado em um grupo de WhatsApp na ocasião. Barrabás chama o magistrado de “bandido”, “filho da puta” e promete matá-lo, junto de agentes da Polícia Federal, usando “uma grande bomba”.
“Vou dizer uma coisa a você, Alexandre, curto e grosso: você não tem peito de aço, você não tem cabeça de aço não. Você vai ser executado. Você vai ser morto (…). Safado, nós vamos explodir onde você estiver e vamos executar você e sua raça todinha, seu Alexandre de merda, porque ninguém tem medo de você”, disse o bolsonarista.
Após ser alvo de inquérito da PF, ele confessou ter gravado o vídeo, mas alegou à Justiça que o discurso seria uma “brincadeira”. O Ministério Público Federal (MPF), responsável pela denúncia, diz que ele cometeu calúnia e injúria usando declarações “agressivas e criminosas”.
“Tais declarações configuram, de forma inequívoca, a promessa de causar à vítima mal injusto e grave (morte, execução, explosão), caracterizando o crime de ameaça”, argumentou o juiz João Batista Martins Prata Braga, da 8ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, responsável pela decisão.