O Ministério Público de São Paulo arquivou uma denúncia contra policiais militares do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto flagrados queimando uma cruz. O vídeo da ação circulou nas redes sociais.
Nas imagens, publicadas nos perfis oficiais do próprio batalhão, era possível ver uma cruz em chamas e uma trilha com caminho marcado por fogo. Em outro trecho, um brasão de fogo no chão, onde constava a palavra Baep e vários PMs ao redor, com o braço erguido na altura do ombro. Viaturas e bandeiras da corporação também foram vistas.
À época, a manifestação repercutiu mal e foi classificada como desrespeitosa de cunho nazista por internautas. Diante a repercussão, o vídeo foi apagado. O comandante do batalhão, tenente-coronel Costa Junior, afirmou, contudo, se tratar de um rito rotineiro dentro da corporação, a fim de valorizar o empenho e o esforço que os policiais dedicaram ao longo do período de estágio.
O caso chegou a ser encaminhado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos à Organização das Nações Unidas (ONU) alegando haver semelhanças entre os gestos praticados pelos PMs e as ações de colocar fogo em uma cruz a saudações nazistas e o ritual da “Ku Klux Klan” dos Estados Unidos. A denúncia ainda estabelecia uma correlação do vídeo com rituais supremacistas: “historicamente, a queima de cruzes significa um ato de intimidação contra minorias, incluindo pessoas negras, judeus e imigrantes”.
O arquivamento foi determinado pelo promotor de Justiça Cleber Takashi Murakawa, que apontou não ter encontrado indícios de crimes ou infrações no conteúdo.