Os recentes ataques aéreos de Israel atingiram diretamente a parte subterrânea da usina nuclear de Natanz, a maior do Irã, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (17) pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Com base na análise de imagens de satélite em alta resolução feitas após os bombardeios de sexta-feira (14), a AIEA confirmou que houve “impactos diretos nos salões subterrâneos de enriquecimento de urânio” no complexo. É a primeira vez que a ONU relata danos diretos às centrífugas em funcionamento, o que aumenta o temor de um possível vazamento nuclear.
Escalada militar aumenta riscos de contaminação
A usina de Natanz, localizada no centro do Irã, abriga cerca de 15 mil centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio. Desde o início da nova escalada de ataques entre Israel e Irã, o complexo tem sido alvo de repetidos bombardeios. Na última sexta-feira, o Exército israelense afirmou ter causado “grandes danos” ao local.
A AIEA já vinha alertando para os riscos de contaminação nuclear e química decorrentes dos ataques. Apesar disso, o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, informou que os níveis de radiação fora do complexo permanecem normais, conforme a última medição.
Monitoramento contínuo e alerta internacional
Além de Natanz, a AIEA segue monitorando outras instalações nucleares iranianas, como as usinas de Esfahan e Fordow, que até o momento não apresentaram alterações. O órgão internacional tem reforçado a necessidade de preservar a integridade de todas as instalações nucleares civis durante conflitos armados.
O governo iraniano não se manifestou sobre o relatório da AIEA.