O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) anunciou, nesta segunda-feira, 17, o lançamento de uma nova ofensiva militar contra o território controlado por Israel, como parte da intensificação da chamada Operação Promessa Verdade III.
De acordo com a agência estatal iraniana Tasnim News, o ataque, que marca a nona fase da operação, utiliza mísseis e veículos aéreos não tripulados (drones) e tem como alvo todo o território que o Irã denomina “Palestina ocupada por Israel”.
Segundo informações oficiais, os ataques começaram pouco depois do anoitecer. Sirenes de emergência foram acionadas no norte, centro e sul do território israelense. A operação foi iniciada após um bombardeio israelense contra o prédio da emissora pública IRIB, localizado no norte do Irã. O governo iraniano classificou esse ataque como crime de guerra.
A nova fase da ofensiva foi descrita por porta-vozes do IRGC como “híbrida”, combinando drones e mísseis lançados de forma simultânea. O IRGC declarou que os ataques continuarão até o amanhecer. De acordo com o comunicado, a divisão aeroespacial da força já teria atingido 545 alvos militares israelenses nos últimos três dias.
Nas redes sociais, vídeos atribuídos a moradores dos assentamentos israelenses mostram civis correndo em direção a abrigos enquanto explosões são ouvidas ao fundo.
Relatos informam que o governo israelense ordenou o desligamento de câmeras de trânsito e proibiu transmissões ao vivo da ofensiva, bem como a divulgação de imagens dos ataques, para evitar impacto psicológico na população.
Uma imagem viralizada nas redes sociais chamou atenção: um suposto míssil interceptador israelense teria falhado e caído antes de alcançar os alvos iranianos que se dirigiam a Tel Aviv.
Na véspera dos ataques, as Forças Armadas do Irã divulgaram um comunicado direcionado à população israelense.
O coronel Reza Sayyad, representante do Centro de Comunicações das Forças Armadas iranianas, afirmou: “Deixem os territórios ocupados. Deixar esta terra ocupada é a única maneira de preservar suas vidas”. O oficial também qualificou as ações militares israelenses como “agressões criminosas” e alertou que a resposta de Teerã será “arrasadora”.
A operação lançada nesta segunda-feira é uma resposta direta ao ataque israelense da sexta-feira anterior (13), que resultou na morte de diversos líderes militares e especialistas nucleares iranianos. Entre os mortos confirmados estão:
- Major-General Mohammad Baqeri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã
- Comandante do IRGC, Hossein Salami
- Brigadeiro-General Amir Ali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial do IRGC
- General Gholam Ali Rashid
- Brigadeiro-General Mohammad Kazemi, chefe da Inteligência do IRGC
- Cientistas nucleares Dr. Fereydoon Abbasi, Dr. Mohammad Mehdi Tehranchi e Dr. (nome incompleto no informe)
Antes do início da nova ofensiva, o líder supremo do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei, fez um pronunciamento na televisão estatal em que condenou o ataque israelense e prometeu retaliação. “O regime sionista cometeu um grande erro”, disse o aiatolá. Ele também declarou: “A nação iraniana não ignorará o sangue de seus mártires nem a agressão contra seu céu”.
A escalada do conflito tem gerado preocupação em diversas capitais internacionais. A ofensiva iraniana ocorre em um cenário já marcado por instabilidade prolongada no Oriente Médio, e especialistas em segurança apontam risco de ampliação regional do conflito, com possível envolvimento de países vizinhos e reações em cadeia em alianças militares.
Até o momento, não há confirmação do número de vítimas resultantes dos ataques iranianos iniciados nesta segunda-feira. O governo de Israel ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ofensiva em andamento. Organizações internacionais acompanham os desdobramentos e alertam para a necessidade de contenção de danos civis.
Analistas políticos avaliam que os últimos ataques indicam uma mudança significativa na postura do Irã, que passou a realizar ações militares diretas contra Israel, elevando o nível de confronto entre os dois países. A continuidade dos ataques poderá levar a novos posicionamentos de potências internacionais e aumentar a pressão sobre lideranças regionais.
O Conselho de Segurança da ONU ainda não convocou reunião de emergência, mas representantes de alguns Estados-membros consultados extraoficialmente indicaram preocupação com a possibilidade de escalada para um conflito multilateral.