A Polícia Civil de São Paulo ainda investiga as circunstâncias da morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, cujo corpo foi encontrado em um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, sem calça e sem sapatos.
Adalberto participava, em 30 de maio, de um evento sobre motos no autódromo. Rafael Aliste, amigo que acompanhava a vítima, relatou que, na despedida, o empresário avisou que contornaria o espaço do evento para buscar seu carro, que estava estacionado irregularmente. O último contato foi com a esposa, Fernanda Dândala, em uma troca de mensagens às 19h40 daquela sexta-feira.
Sob o comando do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, a investigação policial descartou a possibilidade de latrocínio — roubo seguido de morte — e de queda acidental. A primeira hipótese foi refutada porque, apesar do desaparecimento de uma câmera acoplada ao capacete de Adalberto, outros objetos de valor, cartões de crédito e as chaves do carro permaneceram com a vítima. A ausência de sinais de que ele teria tentado sair do buraco ou se debatido também afasta a chance de queda.
Em entrevista ao jornal O Globo, a diretora do DHPP, Ivalda Teixeira, afirmou que dificilmente o empresário chegou ao veículo antes de morrer. Ela também considera “estranho” que a chave do carro tenha sido encontrada na jaqueta que a vítima usava. “A pessoa ou as pessoas que o atacaram podiam ter levado o carro ou podiam ter deixado ele dentro do carro.”
A hipótese mais recente é que o empresário tenha sofrido uma compressão torácica em uma briga enquanto se deslocava até a área proibida em que teria estacionado o carro. Adalberto já conhecia bem o local, por ter sido piloto de kart.
Não há sinais aparentes de agressão externa no corpo. No entanto, a perícia identificou escoriações no pescoço do empresário, o que levanta a possibilidade de asfixia e lesões internas. Outro fator a reforçar a hipótese de que o corpo foi lançado no buraco é a ausência de sujeira na cueca e na sola dos pés de Adalberto.
Inconsistência no depoimento e pontas soltas
Os primeiros resultados do exame toxicológico no corpo rechaçam o uso de substâncias ilícitas ou a ingestão de álcool. O amigo Rafael Aliste chegou a afirmar que ambos teriam consumido aproximadamente oito copos de cerveja e aceitado maconha de estranhos, o que teria deixado Adalberto “eufórico e inquieto”.
Outra ponta solta no caso é o carro de Adalberto, no qual foram encontradas manchas de sangue humano em diversas áreas, como no banco do passageiro, no assoalho e no banco traseiro. A polícia ainda aguarda o exame genético para determinar a quem pertence o DNA encontrado.
O DHPP tambén aguarda o resultado da autópsia, a análise detalhada do exame toxicológico e o exame que busca identificar se há presença de material humano nas unhas de Adalberto, o que apontaria eventual luta corporal.