Onyx Lorenzoni, ex-ministro de Bolsonaro. Foto: reprodução

É a mais importante notícia do ano na direita gaúcha. Onyx Lorenzoni filiou-se ao PP. O ex-deputado e ex-ministro foi expelido do PL, o principal reduto da extrema direita, e buscou abrigo na velha direita do Estado.

Onyx sai do partido de Bolsonaro depois de ser considerado pelo próprio chefe do golpe como o primeiro parlamentar a aconselhá-lo a concorrer a presidente e a buscar base política para o projeto.

O PL perde o político mais fiel ao projeto Bolsonaro presidente de 2018 porque, dizem os que acompanharam o racha no partido, o PL se militarizou no Rio Grande do Sul, com o deputado coronel Zucco assumindo a condição de maior aposta como nova liderança e força eleitoral para 2026.

Zucco, já apresentado como o escolhido para concorrer ao Piratini no ano que vem, é coronel do Exército. A vice-prefeita de Porto Alegre, Betina Worm, igualmente vista como nova liderança do PL, também é coronel da mesma arma.

A presidente da Câmara de Vereadores, Nádia Gerhard, a Comandante Nádia, é coronel da Brigada Militar e uma das figuras de expressão do PL em Porto Alegre. É forte a presença de militares dentro do partido.

O presidente do PL no Rio Grande do Sul, o deputado federal Giovani Cherini, afirmou a jornalista Taline Oppitz, do Correio do Povo:

“Ele não vai ser tratado igual em nenhum outro partido. Onyx deveria agradecer ao presidente Valdemar (da Costa Neto) e ao presidente estadual por tudo o que recebeu. Optou em morar em Portugal, remunerado pelo PL, quase três anos. E agora volta e quer sentar na janela?”

Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ony presidiu o PL em 2022, quando concorreu ao governo do Estado e foi, no primeiro turno, o candidato mais votado. Havia deixado o União Brasil, por ser contrário à fusão do DEM com o PSL, e acompanhou Bolsonaro.

No segundo turno, enfrentando Eduardo Leite, só perdeu a eleição porque a esquerda votou em massa no ex-tucano, para evitar que um líder da direita com fortes vínculos com Bolsonaro fosse eleito governador. Pois agora o ex-chefe o abandonou e optou por Zucco.

E o que acontecerá com Onyx, que não tinha mais espaço no PL para almejar o que quisesse dentro do partido, inclusive como projeto eleitoral? Será candidato a governador ou a senador? Vai se contentar com uma candidatura a deputado federal?

O novo partido de Onyx, que é na verdade a velha Arena, é há muitos anos o mais poderoso do interior do Estado, com prefeitos de 164 dos 497 municípios, ou seja, um terço do Rio Grande do Sul. O PL tem 37 prefeituras.

 

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Last Update: 17/06/2025