Os advogados do general Walter Braga Netto pediram ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira 16 que o militar seja colocado frente a frente com o tenente-coronel Mauro Cid, delator da ação do golpe, em uma acareação. A palavra final sobre a solicitação cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Na petição, a defesa de Braga Netto aponta “contradições insanáveis” entre as versões apresentadas e pedem a realização “urgente” da acareação entre os dois. Além disso, os advogados defendem a suspensão da ação do golpe até o término da instrução dos demais núcleos da trama golpista e mais tempo para analisar arquivos apreendidos pela Polícia Federal.

“As versões apresentadas em juízo não se coadunam com a realidade dos fatos, sendo necessário que os depoentes sejam acareados para que a verdade real seja revelada”, escreveram os advogados José Luís Oliveira Lima, Rodrigo Dall’Acqua, Rogério Costa e Millena Galdiano no documento.

Em depoimento ao STF, Cid relatou ter participado de reuniões com Braga Netto para discutir a minuta de um decreto golpista. Um dos trechos previa, inclusive, a prisão de Moraes e a convocação de novas eleições. O general, contudo, nega as afirmações e diz que as declarações do tenente-coronel carecem de provas.

Mais cedo, a defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres também pediu ao Supremo que autorize a acareação dele com o ex-comandante do Exército Freire Gomes. Os advogados contestam a versão de Freire Gomes de que ele teria prestado “assessoramento jurídico” a Bolsonaro a respeito da “minuta do golpe”.

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Last Update: 16/06/2025