
O empresário bolsonarista Ricardo Castellar de Faria, conhecido como “Rei do Ovo”, voltou a virar notícia nesta segunda (16) após dizer que está difícil contratar trabalhadores no Brasil “porque as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”. Ele foi 21º na lista de bilionários da Forbes de 2024.
Ricardo é dono da Global Eggs, maior produtora de ovos comerciais e pintos no país, e tem patrimônio estimado em quase R$ 17,5 bilhões. A companhia foi fundada em 2006, tem mais de 10 milhões de aves e chegou a um faturamento de R$ 1,87 bilhão em 2022, segundo o levantamento da KPMG, que oferece serviços de auditoria, consultoria tributária e consultoria empresarial.
Nascido no Rio de Janeiro, o “Rei do Ovo” tem 49 anos, cresceu em Criciúma, no sul de Santa Catarina, e é filho de um médico. Segundo o empresário, ele aprendeu a empreender na infância, aos 8 anos, quando vendia picolés em um carrinho na praia.
Inicialmente, ele queria seguir a carreira do pai, mas aos 15 anos viajou para fazer intercâmbio na Califórnia, nos Estados Unidos, e decidiu cursar agronomia na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) anos depois.
Ricardo também é presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e fundador da Lavebras, empresa de higienização de têxteis, vendida por ele em 2017. O negócio, criado por após o fim da faculdade, alugava e lavava uniformes vendidos para indústrias.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, o “Rei do Ovo” esteve em um jantar com ele e outros empresários em abril de 2021. No ano seguinte, doou para a campanha de reeleição do então mandatário e para Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo.

Crítico do programa social criado pelo governo federal, que estaria afetando suas chances de contratar funcionários “treinar” e providenciar “uma vida melhor” a eles, o bilionário já foi alvo de um inquérito do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Piauí após denúncias de irregularidades de contratos de trabalho.
Ele foi acusado de não pagar salários e benefícios aos trabalhadores, além de ser citado em 17 processos trabalhistas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por denúncias envolvendo assédio moral e rescisão de contratos.
Na entrevista, ele ainda disse que jovens “não querem mais ter uma relação trabalhista formal” ou carteira assinada e sugeriu “tirar o Estado se metendo em tudo que o cidadão e as empresas vão fazer”.