Protestos: Estados Unidos atravessam um período de intensa polarização política (RINGO CHIU/AFP)

Um homem de 39 anos morreu neste domingo (15) após ser baleado no sábado durante um protesto contra o presidente Donald Trump, em Salt Lake City, no estado de Utah, nos Estados Unidos. A vítima, Arthur Folasa Ah Loo, foi atingida por um dos disparos feitos por outro manifestante.

O atirador reagia a Arturo Gamboa, de 24 anos, que sacou um rifle AR-15 no meio do protesto. Segundo a polícia, Gamboa não chegou a atirar, mas foi preso e acusado de assassinato, em caráter preliminar.

O autor dos disparos que mataram Ah Loo não foi indiciado e está colaborando com as investigações. Ele usava um colete de alta visibilidade e, de acordo com a polícia, estaria ligado aos organizadores do protesto.

O episódio gerou pânico entre os manifestantes e aconteceu no contexto do movimento “Dia sem reis”, que levou milhares de pessoas às ruas em diversas cidades americanas com críticas à figura de Trump — representado em faixas e balões como um “rei ilegítimo”.

Protestos e repressão em outras cidades

Em Los Angeles, a manifestação começou de forma pacífica, com músicas, balões, faixas e bandeiras em apoio a minorias. No entanto, no fim da tarde, a polícia local dispersou os manifestantes com gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral, alegando que alguns participantes atiraram pedras, garrafas e fogos de artifício contra os agentes.

“Temos sido pacientes o dia todo. Se não saírem, vamos prender”, disse uma porta-voz à emissora KTLA.

Mesmo diante da repressão, o clima entre os manifestantes lembrava o de um festival. “Esta não é uma zona de guerra”, afirmou Jennifer Franks, que participou da marcha com o filho no colo. “Quero que ele cresça em um país onde o bom senso prevaleça.”

Resposta do governo Trump

Diante da escalada dos protestos, o presidente Donald Trump mobilizou 4 mil soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, medida considerada rara e polêmica no país, por contrariar autoridades locais. Segundo relatos, não há registro da atuação dessas tropas na repressão em Los Angeles.

Os atos deste fim de semana ocorrem em meio a uma onda crescente de manifestações em várias partes dos EUA e poucas horas após o assassinato de uma deputada estadual de Minnesota — crime que, segundo a polícia, pode ter motivação política.

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Last Update: 15/06/2025