Dias após Israel iniciar um ataque unilateral não provocado contra o Irã, e após lideranças europeias literalmente lavarem as mãos ou se colocarem ao lado de Israel, a China deixa bem claro que está do lado da lei internacional. O ministro de relações exteriores chinês Wang Yi conversou com o ministro iraniano Seyed Abbas Araghchi e manifestou publicamente, após a conversa, a condenação mais absoluta dos ataques israelenses ao Irã, alertando para o risco de arrastar o Oriente Médio numa guerra de grandes proporções e eventualmente até o mundo todo numa grande crise militar.
Enquanto os Estados Unidos emitiram declarações confusas e contraditórias – com a Casa Branca e o secretário de estado Marco Rubio ora se vangloriando do ataque israelense, ora se distanciando e negando ter informações, outras vezes lançando ameaças contra o Irã -, a China não hesitou em mandar uma mensagem bem clara de condenação total aos ataques de Israel. Pequim reafirmou seu compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas e as normas básicas que regem as relações internacionais, posicionando-se como defensor da soberania nacional e da estabilidade regional.
Durante a conversa telefônica realizada em 14 de junho de 2025, o chanceler iraniano briefou Wang Yi sobre os últimos desenvolvimentos da situação regional, destacando que o ataque israelense causou baixas entre militares e civis iranianos. Particularmente preocupante foi o ataque às instalações nucleares do Irã, que segundo Araghchi violou gravemente o direito internacional e representa uma operação militar altamente perigosa que pode arrastar toda a região para uma guerra total.
Resumo da Declaração Oficial
Em comunicado oficial, o Ministério de Relações Exteriores da China divulgou os principais pontos da conversa telefônica entre Wang Yi e seu homólogo iraniano. A China condenou explicitamente a violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã por parte de Israel, opondo-se firmemente aos ataques imprudentes que visaram autoridades iranianas e causaram baixas civis.
Pequim manifestou apoio ao Irã na defesa de sua soberania nacional, na proteção de seus direitos e interesses legítimos, e na garantia da segurança de seu povo. A declaração chinesa enfatizou que as ações israelenses violam seriamente os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e as normas básicas que regem as relações internacionais.
Particularmente grave, segundo a posição chinesa, foram os ataques às instalações nucleares iranianas, que estabeleceram um precedente perigoso com consequências potencialmente catastróficas. A China apelou para que a comunidade internacional defenda a justiça e se manifeste o mais rapidamente possível, instando os países que têm influência sobre Israel a fazer esforços concretos para restaurar a paz.
Wang Yi declarou que a situação regional está em um momento crítico e crucial, com a China pronta para manter comunicação com o Irã e outras partes relevantes para continuar desempenhando um papel construtivo na desescalada da situação. O chanceler chinês também expressou esperança de que o lado iraniano garanta a segurança das instituições e pessoal chineses, ao que Araghchi respondeu afirmativamente, comprometendo-se a fazer o máximo para assegurar essa proteção.
Íntegra do Manifesto Divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores da China
Veja aqui a íntegra do manifesto publicado e divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores:
Em 14 de junho de 2025, o membro do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista da China e ministro das Relações Exteriores Wang Yi teve uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi.
Seyed Abbas Araghchi informou Wang Yi sobre os últimos desenvolvimentos da situação regional, dizendo que o recente ataque descarado de Israel ao Irã causou baixas entre militares e civis iranianos, especialmente o ataque às instalações nucleares do Irã, que violou gravemente o direito internacional. A operação militar do lado israelense é altamente perigosa e pode arrastar toda a região para uma guerra total. Ele expressou sua esperança de que a comunidade internacional faça um apelo unificado para instar Israel a cessar suas operações militares. Seyed Abbas Araghchi agradeceu à China por sua compreensão e apoio consistentes à posição do Irã e expressou confiança de que a China desempenhará um papel ainda mais importante na promoção da paz e estabilidade regionais.
Wang Yi disse que a China declarou publicamente sua posição imediatamente após o ataque de Israel ao Irã. A China condena explicitamente a violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã por parte de Israel, e se opõe firmemente aos ataques imprudentes que visam autoridades iranianas e causam baixas civis. A China apoia o Irã na defesa de sua soberania nacional, na proteção de seus direitos e interesses legítimos, e na garantia da segurança de seu povo. As ações de Israel violam seriamente os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e as normas básicas que regem as relações internacionais. Em particular, os ataques de Israel às instalações nucleares do Irã estabeleceram um precedente perigoso com consequências potencialmente catastróficas. A China apoia a comunidade internacional na defesa da justiça e em se manifestar o mais rapidamente possível. A China também insta os países que têm influência sobre Israel a fazer esforços concretos para restaurar a paz.
Wang Yi declarou que, no momento, a situação regional está em um momento crítico e crucial. A China está pronta para manter comunicação com o Irã e outras partes relevantes para continuar desempenhando um papel construtivo na desescalada da situação. Ele expressou a esperança de que o lado iraniano garanta a segurança das instituições e pessoal chineses. Seyed Abbas Araghchi disse que o lado iraniano está disposto a manter comunicação com o lado chinês e fazer o máximo para garantir a segurança das instituições e pessoal chineses.