Miriam Leitão ao lado de Fernando Haddad. Foto: Divulgação

A colunista do portal ‘O Globo’, Miriam Leitão, publicou um texto em que elogia as ações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacando seu empenho em promover uma reforma fiscal voltada à redução das desigualdades e à eliminação de privilégios concedidos aos setores mais ricos da sociedade.

“O ministro Fernando Haddad tem razão. Ele está propondo que as grandes fintechs, hoje tão poderosas quanto os maiores bancos, e que os sites de apostas paguem mais imposto. Quer que os títulos que hoje nada recolhem, passem a pagar um percentual pequeno de imposto de renda. O ministro acertou também quando passou a cobrar impostos dos fundos exclusivos — os investimentos das famílias ricas — e dos fundos offshore. Haddad tem dito que está corrigindo distorções e é mesmo o que ele está tentando fazer.”

“Quando a oposição grita que “a sociedade não aguenta mais pagar impostos” sabe que está manipulando um sentimento difuso. Esta é uma frase fácil de comunicar e arrancar aplausos. Porém, o projeto do governo não está aumentando impostos sobre a sociedade, mas sim sobre segmentos do setor financeiro e sobre investidores que estão na camada mais rica da sociedade brasileira e que recebem a vantagem de pagar menos.”

“O Congresso está cedendo aos grupos de interesse, aos lobbies, não está defendendo a sociedade, o povo brasileiro. Está fazendo campanha quando grita contra impostos e sabem que as pessoas entenderão de forma genérica. É compreensível que a população não saiba a diferença entre aumento de tributo para todo mundo e o que está sendo proposto.[…]”

“Quando o governo propôs elevar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil houve uma gritaria contra o aumento de gastos públicos. E de fato aumenta o gasto, a renúncia fiscal. Argumentaram que em um país com renda tão baixa, quem ganha 5 mil não é pobre, e que, no meio de uma crise fiscal, não é hora de benemerências politicamente dirigidas […]”

“O roteirista do Brasil nunca descansa. E criou mais uma cena contraditória. O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez discurso fiscalista, de que o governo precisa cortar gastos e, com isso, recolheu aplausos, porque de fato o governo precisa cortar gastos. No dia seguinte, ele aumentou o gasto público. Propôs aumento dos ganhos para deputados. Eles poderão somar o que recebem no mandato com as aposentadorias como parlamentares. Isso é elevação de despesas na veia.”

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Last Update: 15/06/2025