Irã vs Israel

Quem ganha?

Por Julian Macfarlane, em News Forensics

Tenho evitado comentar o desenrolar dos acontecimentos da guerra entre Israel e Irã, que acaba de começar. Numa situação militar como esta, é sempre melhor esperar pelo menos quatro dias — 3 dias + 1 — para esclarecer as coisas. Dito isto, farei alguns comentários.

Os israelenses certamente estão exagerando seus sucessos e minimizando os efeitos da retaliação iraniana, fazendo bom uso da mídia ocidental condescendente. Portanto, não dê muita atenção à grande mídia — ou à mídia alternativa que depende da grande mídia. Até agora, há muitas contradições, especialmente se você analisar atentamente as evidências visuais. Minhas fontes no Oriente Médio me contam uma versão diferente.

É óbvio que, embora os israelenses tenham causado muitos danos em seu ataque surpresa, não foi suficiente para impedir os enormes ataques retaliatórios que se seguiram e continuam dia após dia.

Neste ponto, eu arriscaria dizer que o ataque foi um grande erro por parte de israelenses e americanos. Desesperado e suicida. Simplesmente mal pensado.

Uma estratégia mais inteligente para Israel teria sido continuar usando o Mossad para fomentar a discórdia interna no Irã. O Mossad é inteligente e tem décadas de experiência em truques sujos.

De qualquer forma, este ataque aberto e ilegal unificou o Irã. De repente, há clareza.

Até mesmo pessoas que normalmente se opõem ao governo iraniano agora estão se unindo em torno da bandeira. Esta mulher não está usando hijab e normalmente não apoiaria o governo.

A sabotagem conduzida pelo Mossad por vários grupos no Irã provoca indignação — não contra o governo iraniano —, mas contra as comunidades e grupos étnicos que abrigam terroristas. Eles serão pressionados a provar sua lealdade — ou a ir embora.

Em outras palavras, o ataque israelense teve um efeito polarizador, o que significa maior apoio ao IRGC (sigla em inglês de Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica). Lembra-se de como os EUA reagiram ao 11 de Setembro?

É óbvio que o Irã vem se preparando há muito para uma guerra com Israel.

Embora os israelenses tenham hackeado seus sistemas de comunicação eletrônica, essenciais para o AD (defesa antiaérea) e que deveriam ter ficado inativos por 3 dias, foram reparados em menos de 10 horas, aparentemente com ajuda russa.

Eles perderam comandantes experientes, mas tinham um grupo de comando “sombra” que assumiu imediatamente. Seus sistemas de mísseis e AD eram em sua maioria móveis e permaneceram intactos.

Até agora, os israelenses perderam vários de seus caros e “invisíveis” F-35, como eu previ que aconteceria se voassem dentro do alcance dos sistemas S-400.

Os iranianos nunca quiseram lutar, mas estavam prontos, e agora os sionistas estão pagando o preço.

Talvez quando Tel Aviv se parecer com Gaza eles entendam a mensagem.

O Irã tem os recursos para sobreviver a israelenses e americanos — e eles só começaram a reagir: apenas agora estão começando a usar seus mísseis mais avançados.

Especialistas russos em guerra e ataque eletrônicos (EA) já estão no Irã. A Coreia do Norte certamente oferecerá mísseis se o Irã começar a ficar sem. Eles têm espaço para melhorar seu jogo.

Se esses ataques continuarem por mais de uma semana, Israel esgotará seus mísseis interceptadores. Os iemenitas já aderiram. E se o Hezbollah também aderir? Grupos iraquianos do Hezbollah ameaçaram atacar bases americanas. Em seguida, os libaneses.

E se o Irã fechar Ormuz?

Trump ordenará um ataque com B52? Os B52 são alvos atraentes.

*Julian Macfarlane, analista de mídia e estratégia, baseado em Tóquio

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Last Update: 15/06/2025