Sobreviventes judeus em campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial – Foto: Reprodução

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto o regime nazista promovia o extermínio sistemático de judeus na Europa, o Irã tornou-se um refúgio para milhares de pessoas em fuga.

Entre 1942 e 1945, o país recebeu cerca de 116 mil refugiados poloneses, entre civis e militares. Desses, milhares eram judeus que haviam escapado dos campos de trabalho forçado soviéticos ou da ocupação nazista.

A entrada desses refugiados no Irã foi resultado de um acordo entre o governo britânico e a União Soviética, que, após a invasão do Irã em 1941, passaram a controlar o território iraniano.

O xá Reza Pahlavi havia sido forçado a abdicar, e seu filho Mohammad Reza Pahlavi assumira sob tutela das potências aliadas. Apesar da ocupação, a população iraniana, em especial nas cidades de Teerã, Isfahan e Ahvaz, acolheu os recém-chegados com hospitalidade.

Mohammad Reza Pahlavi, retratado oficialmente, foi um dos líderes que ajudaram iranianos a acolher judeus perseguidos com hospitalidade — Foto: Reprodução

Grupos judeus foram especialmente bem recebidos pelas comunidades judaicas locais, que já viviam no Irã havia séculos.

Isfahan ficou conhecida como “a cidade das crianças”, pois abrigou centenas de órfãos judeus poloneses, muitos dos quais foram integrados à vida cultural e escolar do país. Esses jovens, protegidos da perseguição nazista, encontraram no Irã não apenas segurança, mas também acesso à educação, cuidados médicos e uma chance de recomeçar.

Embora o Irã fosse um país muçulmano e o mundo estivesse dividido por conflitos e tensões ideológicas, o episódio demonstra que alianças humanitárias e gestos de solidariedade foram possíveis. A história dos judeus refugiados no Irã é pouco conhecida, mas segue como um exemplo de acolhimento em meio à barbárie.

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Last Update: 15/06/2025