Nessa sexta-feira (13), o Opinião Socialista, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), publicou um artigo sob o título de Feminicídio, estupro e impunidade: o Estado brasileiro é cúmplice do massacre das mulheres!, que comprova o quanto esse grupo é direitista, é uma espécie de esquerda “Datena” que apoia repressão e a punição como meio de conter problemas sociais.
De início, para depois justificar o apoio à repressão, o artigo trazendo números:
“Mais um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública confirma o que já sabemos: o Brasil segue sendo um dos países mais perigosos do mundo para as mulheres. Os feminicídios continuam em alta — a cada 6 horas, uma mulher é assassinada apenas por ser mulher — e a quantidade de estupros registrados em 2024 foi a maior dos últimos 5 anos. A resposta do Estado continua marcada pela omissão, burocracia e o desprezo pelas nossas vidas”.
Quem diz isso tudo é o PSTU, que apoiou o golpe de 2016, e nada fez contra o governo Temer, que piorou significativamente a vida da população brasileira. Com a deterioração das condições de vida, a violência aumenta e, logicamente, vai ter impacto maior sobre as camadas mais oprimidas da sociedade.
A violência contra a mulher, portanto, nada tem nada a ver isso de “cultura machista”, uma invenção identitária que esquerdistas desorientados vivem repetindo.
Elogio da punição
Apesar de o PSTU se dizer de esquerda e trotskista, o texto diz a seguinte barbaridade:
“É verdade que o Brasil acumulou avanços legislativos nos últimos 20 anos: a Lei Maria da Penha, a tipificação do feminicídio e, mais recentemente, leis que obrigam o uso de tornozeleiras por agressores ou garantem proteção a órfãos do feminicídio. Mas de que adiantam essas leis se não há Estado para cumpri-las?”.
O partido elogia o Estado burguês por criar leis ainda mais repressivas. Então, seria necessário perguntar: se a Lei Maria da Penha foi um avanço, por que aumentam os crimes contra mulheres?
Outra pergunta: por que um partido de esquerda tem que cobrar do Estado que cumpra sua ação policial?
Um verdadeiro partido de esquerda jamais reclamaria que “nos interiores do país, faltam delegacias especializadas e casas abrigo”, a menos que tenha a ilusão de que possa reformar o Estado.
É característico dos identitários, que são uns moralistas autoritários, inventar crimes. A todo momento criam alguma fobia que consideram digna de prisão. É o caso do “tranfeminicídio”, um crime inventado para colocar mais gente nas cadeias ou aumentar as penas.
O identitarismo foi criado com o intuito de dividir a classe trabalhadora e suas lutas. Um dos alvos dos identitários é o movimento feminista. Não é à toa que inventam termos como “pessoas que menstruam”, “pessoas que engravidam”, e assim por diante.
Apenas uma esquerda falida pode ficar reivindicando punição como forma de combater as desigualdades sociais.
Quanto maior for a desigualdade, maior será a violência social. O uso de leis, do judiciário, é uma política da direita. Em toda campanha eleitoral vemos políticos prometendo leis mais rígidas para combate à violência.
A política identitária é típica de uma esquerda pequeno-burguesa e deslocada das camadas pobres da sociedade. O trabalhador, a cada dia, sente cada vez mais repúdio por esse tipo de ideologia.
Partidos que são contra a exploração do petróleo, como é o caso do PSTU, também estão contra a geração de empregos e da melhoria da vida da população, o que também diminuiria a violência contra as mulheres.
Filoimperialismo
Além de toda a demagogia esquerdista, o PSTU também apoia os crimes do imperialismo, como o golpe militar no Egito; critica a Rússia, Cuba, Venezuela. É um grupo que parece estar a mando dos piores inimigos da classe trabalhadora.
De que adianta dizer que defende as mulheres se lamentou a vitória do Talibã sobre a OTAN? Em vinte anos de ocupação, o imperialismo promoveu todo tipo de crimes contra a população afegã, especialmente as mulheres.
O PSTU diz ser a favor dos palestinos, mas critica os grupos, como o Hamas, que pegaram em armas contra os invasores colonialistas. Invasores esses que têm mulheres e crianças como alvos preferenciais em seu genocídio na Faixa de Gaza.
Que tipo de defesa da mulher é esse? Os identitários se escondem atrás de argumentos falsos, dizem que os muçulmanos são misóginos, e com isso apoiam aqueles que estão assassinando as mulheres muçulmanas.
Ninguém deve se enganar com uma esquerda que é contra a liberdade de expressão, que apoia golpes dados pelo imperialismo, e que se dispõe a ficar pedindo mais rigor do Estado burguês. Pois, ao contrário do dizem, estão se pondo ao lado do imperialismo e contra a classe trabalhadora.