
A escalada de tensões nos Estados Unidos sob Donald Trump tem gerado preocupações de que uma guerra civil esteja se tornando cada vez mais provável antes que sua gestão termine.
Los Angeles foi tomada por gás lacrimogêneo na semana passada, com imagens tiradas de uma distopia qualquer. Parece um filme ruim, no estilo “Guerra Civil”, com a canastrice de Kirsten Dunst e Wagner Moura.
Manifestantes pacíficos foram atacados com spray de pimenta, enquanto transeuntes inocentes e jornalistas eram alvejados por balas de borracha e granadas de efeito moral.
A revolta se espalhou. Milhares de americanos estão se reunindo neste sábado em todo o país para um dia de protestos denominado “No Kings Day” (algo como “Dia Sem Reis”), contra a escalada tirânica de Trump.
Manifestantes estão em Atlanta, Filadélfia, Houston e West Palm Beach, na Flórida — onde Trump tem uma residência — no momento em que o presidente americano estrela um grande desfile militar em Washington.
Melissa Hortman, líder do Partido Democrata na Câmara de Minnesota, e seu marido foram assassinados na manhã de sábado por um homem que se passava por policial, em um crime que o governador Tim Walz classificou como “assassinato politicamente motivado”.

O senador John Hoffman e sua esposa foram gravemente feridos em um tiroteio que se acredita estar relacionado ao mesmo suspeito, disseram as autoridades.
Uma caçada humana está em andamento. O assassino fugiu da polícia depois de uma breve troca de tiros na residência de Hortman.
A parada militar celebra o 250º aniversário do Exército dos EUA e coincide com o 79º aniversário de Trump. Está programado para começar às 18h30, horário local. Trump afirmou nas redes sociais que o desfile ocorrerá “independentemente do tempo”.
As coisas começam a ficar fora de controle. O que começou com investigações de imigração em um bairro predominantemente hispânico gerou um ataque desproporcional.
Em vez de proceder com investigações comuns, os agentes estão armados e em veículos blindados. Eles vão a locais como Home Depot e lojas de roupas, prendendo pessoas e levando as vítimas para um centro de detenção, onde podem ser deportadas rapidamente, sem direito a um processo justo ou assistência jurídica.
Até onde isso vai? A culpa, meu caro Brutus, não está nas estrelas, mas neles mesmos.