
A polícia americana investiga se o atirador que matou uma parlamentar planejava atacar os mais de 1,8 mil protestos marcados para este sábado em todo o país, num movimento batizado de “um dia sem rei” em alusão às políticas de Donald Trump.
Os organizadores estimam participação de 3 milhões de pessoas nos 50 estados, mas o medo de novos disparos levou autoridades de Minnesota a recomendar o cancelamento das manifestações locais. Com informações de Jamil Chade, no Uol.
No nordeste de Minneapolis, um ato de rua foi substituído por uma vigília silenciosa em frente ao Capitólio estadual. “Achamos que é importante nos reunirmos pacificamente. Diante desse horror, vamos lamentar e marcar nossa determinação por um futuro pacífico, justo e democrático”, divulgou o grupo responsável pelo protesto.
Os organizadores definem o “Dia sem Rei” como um movimento de “rejeição ao autoritarismo e à militarização da nossa democracia”, criticando ainda o desfile militar que Trump sediará hoje em Washington como “demonstração de poder similar ao que fazem ditaduras pelo mundo”. Em Nova York, Seattle, Chicago, Austin, Las Vegas e mais de 200 cidades na Califórnia, marchas seguem previstas — mesmo após o alerta de que qualquer manifestação em Washington será respondida “com força”.
Em abril, protestos reuniram 3,5 milhões de pessoas; agora, a expectativa é superar esse número. Para coordenar as ações, 4 mil ativistas participaram de videoconferência na última quarta-feira, distribuindo orientações a grupos locais. Ao mesmo tempo, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e governadores como Greg Abbott (Texas) e Mike Kehoe (Missouri) já acionaram a Guarda Nacional como “medida de precaução”.

Em Nova York, o prefeito Eric Adams — cujo perdão presidencial o alinhou a Trump — avisou que não tolerará violência. Na Carolina do Sul, o procurador-geral Alan Wilson qualificou os manifestantes de “grupos radicais anti-americanos”, enquanto na Casa Branca se busca minimizar o impacto: Trump afirmou não conhecer os protestos e prometeu enfrentá-los “com força muito pesada”.
Questionada se o presidente apoiaria mobilizações pacíficas, a secretária de imprensa Karoline Leavitt retrucou: “É claro que o presidente apoia protestos pacíficos. Que pergunta estúpida”. As informações são da coluna de Jamil Chade.