
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) discutem ações para tentar desacreditar o processo que investiga a trama golpista, incluindo um possível pedido de anulação do acordo de delação premiada de Mauro Cid, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
As conversas ganharam força após a Veja revelar mensagens indicando que o tenente-coronel teria mentido ao Supremo Tribunal Federal (STF) e usado redes sociais para repassar informações sobre sua oitiva. Apesar disso, interlocutores do ex-mandatário reconhecem que, no curto prazo, a estratégia não deve surtir efeito jurídico.

A principal aposta dos aliados é “envergonhar o processo” conduzido pelo STF, criando elementos para questionamentos futuros sobre sua validade.
Eles veem na composição atual da Primeira Turma do Supremo, que inclui ministros como Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, um ambiente desfavorável a Bolsonaro. O julgamento do ex-presidente e outros acusados deve ocorrer até setembro.
A ideia é manter viva a tese da “teoria Zanin”, inspirada na estratégia usada pelo atual ministro do STF e ex-advogado de Lula para contestar a Lava Jato. Assim como o petista fez até reverter decisões anteriores, aliados de Bolsonaro esperam que mudanças políticas futuras, como a eleição de um presidente de direita, possam alterar o cenário no Supremo e favorecer recursos e anulações.
Vale ressaltar que, segundo fontes da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo que o acordo de colaboração de Cid seja anulado, as provas coletadas seguirão válidas. A única consequência seria a perda dos benefícios concedidos ao delator.