O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avaliou nesta sexta-feira o ataque realizado por Israel contra o Irã como “excelente” e afirmou que “há mais por vir”, em entrevista à ABC News.

Em declaração reproduzida por repórter da emissora no X, Trump afirmou:

“Acho que foi excelente. Demonstramos a eles uma chance e eles não a aproveitaram. Eles foram atingidos com força, muita força…E há mais por vir. Muito mais”

A entrevista foi concedida no dia em que as Forças de Defesa de Israel confirmaram ter executado operações de resposta a disparos de mísseis que, segundo autoridades do país, partiram de território iraniano. O episódio marca nova escalada na tensão entre Teerã e Jerusalém, que se intensificou desde o fim de maio, quando um ataque similar atingiu instalações militares iranianas.

Trump, que ocupou a Presidência dos Estados Unidos entre 2017 e 2021, retomou discurso de apoio irrestrito a Israel, alinhando-se às posições defensivas do governo israelense.

O presidente americano afirmou ainda que o governo de Teerã “não aproveitou a chance” oferecida pelas advertências e que o sucesso das ações israelenses justifica novas iniciativas militares.

A Casa Branca não emitiu comunicado oficial sobre o teor das declarações de Trump, mas sinalizou, em nota divulgada após a entrevista, que avalia “com atenção” os desdobramentos na região.

Autoridades do Pentágono afirmaram, sob condição de anonimato, que acompanham o desenrolar das operações e mantêm escalão de alerta elevado em bases próximas ao Golfo Pérsico.

Nesta sexta-feira, o Irã emitiu nota do Ministério das Relações Exteriores em que condenou o ataque como violação da soberania nacional e advertiu que responderá a qualquer nova ação com “medidas proporcionais”.

O texto, veiculado pela agência oficial IRNA, não detalhou a forma de retaliação, mas reafirmou compromisso de manter prontidão militar.

O agravamento do conflito ocorre em meio a negociações internacionais para reativação do acordo nuclear de 2015, do qual os EUA se desvincularam em 2018.

Representantes de potências europeias e da China têm buscado mediar relações e evitar escaladas que possam comprometer a segurança energética global.

Especialistas em segurança internacional ouvidos pela imprensa ressaltaram que intervenção direta dos EUA no recente ataque não foi confirmada, mas que o apoio político de Trump e de setores do governo norte-americano reforça legitimidade política de ações unilaterais de Israel. A continuidade de ataques no território iraniano, no entanto, pode atrair condenação de aliados europeus e aprofundar crise diplomática.

Em entrevista à ABC News, Trump afirmou ainda que o governo americano segue avaliando possibilidade de fornecer apoio logístico e de inteligência às Forças de Defesa de Israel. Segundo ele, decisões sobre envio de tropas ou material bélico serão anunciadas “no momento adequado”.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, referiu-se aos incidentes como “provocação planejada” e garantiu que qualquer tentativa de intimidação resultará em “consequências graves” para quem participar das operações. O pronunciamento foi transmitido pela televisão estatal na mesma sexta-feira.

Analistas apontam que o Irã pode recorrer a grupos aliados no Líbano e no Iêmen para lançar ataques indiretos contra interesses israelenses ou norte-americanos na região, ampliando o teatro de operações para além da península arábica. Caso se confirme nova rodada de hostilidades, o impacto sobre o preço do petróleo e nas rotas comerciais marítimas poderá se refletir em mercados internacionais já sensíveis a instabilidades.

Até o momento, não há registro de vítimas civis nos últimos confrontos, mas agências de ajuda humanitária manifestaram preocupação com populações próximas às áreas de ataque, que enfrentam riscos de danos colaterais e cortes no fornecimento de serviços básicos. Organizações internacionais têm observado movimento de deslocamento interno em regiões fronteiriças, segundo balanço preliminar divulgado nesta sexta-feira.

A reação de Donald Trump, que se mantém ativo no cenário político mesmo após o fim do mandato, reforça a divisão entre correntes que defendem mediação diplomática e aquelas que advogam respostas militares contundentes. A continuidade das declarações e a expectativa de novos ataques elevam incerteza sobre desfecho rápido para o atual ciclo de hostilidades.

As próximas 48 horas são apontadas por autoridades dos EUA e de aliados europeus como período crítico para definir se haverá nova escalada ou retomada de canais de negociação.

O monitoramento de lançamentos de mísseis e de movimentação de tropas permanece em curso, enquanto diplomatas de várias capitais acompanham de perto as posições oficiais de Washington, Jerusalém e Teerã.

O desenrolar dos acontecimentos nos próximos dias poderá redefinir a postura das potências globais em relação à segurança no Oriente Médio e impactar estratégias de contenção de ameaças transnacionais, em especial a atuação de grupos ligados a Irmandade Islâmica e organizações extremistas que operam na faixa de fronteira entre Irã e Iraque.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 13/06/2025