O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais nesta sexta-feira 13 pedir a anulação da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no processo da trama golpista. O pedido vem na esteira de uma reportagem da revista Veja que indica que Cid mentiu ao depor ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a reportagem de capa da edição desta semana da revista, Cid usou uma conta de rede social com o nome “Gabriela R” para trocar mensagens sobre as oitivas que prestou à Polícia Federal (PF) no âmbito da delação. O problema é que as mensagens teriam sido trocadas entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024, quando o ex-ajudante de ordens estava impedido pelo STF de usar as redes para falar sobre o processo.
As mensagens às quais o semanário teve acesso indicam que era Cid quem usava a conta com o nome de Gabriela. O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, perguntou sobre as mensagens durante o depoimento do tenente-coronel ao Supremo. “Conhece um perfil chamado @gabrielar702?”. Cid gaguejou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”. A esposa dele se chama Gabriela.
Ao ter acesso à reportagem, Bolsonaro adotou tom diferente daquele que demonstrou ao depor, quando fez brincadeiras e pediu desculpas. Desta vez, foi para cima do Supremo.
“As mensagens de Mauro Cid divulgadas pela Revista Veja escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, escreveu.
“Isso não é justiça. É perseguição. É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade”, prosseguiu, pedindo a anulação da delação e a soltura de Walter Braga Netto “e os demais”.
CartaCapital entrou em contato com o advogado Celso Vilardi para buscar informações sobre eventual pedido formal de anulação do depoimento. Caso o advogado de Jair Bolsonaro se manifeste, este texto será atualizado.